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Ana Lains em Oviedo e Gijón

Arquivo - Dezembro 03, 2006
Ana Lains subiu ao palco envergando um elegante vestido negro e uma capa vermelha, que me fizeram recordar a sua terra natal, o Ribatejo, «uma faixa escarlate e briosa à cintura de Portugal» - palavras do poeta Miguel Torga.

Nos dias 23 e 24 de Novembro, realizaram-se nas salas Cajstur em Oviedo e Gijón dois concertos da portuguesa Ana Lains, acompanhada por cinco músicos: Eurico Machado na guitarra portuguesa, Marco André na guitarra clássica, Nuno Oliveira no baixo, Paulo Loureiro no piano, acordeão ou clarinete e Ricardo Mota no violoncelo. O espectáculo estava anunciado como um concerto de fado, mas na realidade o que se ouviu foram baladas e sons de tradição regional acrescidos de alguma modernidade e muito bem interpretados mas, fados, só dois.

Ana Lains nasceu em Tomar, em 1979. Foi vencedora da Grande Noite do Fado em 1999 e desde então segue uma trajectória artística de êxito, com actuações em Portugal e em diversas nações europeias. Não se define como fadista, ao contrário de outras cantoras lusas como Dulce Pontes (por quem Ana mostra grande admiração e com quem, de certa forma, se assemelha quando canta), que de vez em quando cantam fados, mas que não são fadistas. Nessa mesma linha podemos incluir Ana Moura, Cristina Branco, Anabela, entre outras.

Ana Lains subiu ao palco envergando um elegante vestido negro e uma capa vermelha, que me fizeram recordar a sua terra natal, o Ribatejo, «uma faixa escarlate e briosa à cintura de Portugal» - palavras do poeta Miguel Torga. Canta muito bem, com uma voz firme, clara e decidida, é simpática, tem 27 anos, comunica com o público também em castelhano. O seu repertório é elegante e cuidado, e está rodeada de músicos que fizeram canções e arranjos atractivos e sentimentais que conjugam os sons tradicionais com as correntes mais modernas e ligeiras. As canções alentejanas, como o Rondel Alentejano - que também foi parte do repertório de Amália Rodrigues, como nos disse Ana - , a Cantiga Bailada da Beira Baixa e Faidinha vendo - segundo recordo, uma canção minhota - foram magníficos, assim como algumas baladas incluídas no seu CD Sentidos. Mas fados, fados, houve apenas dois (ou um e meio): o clássico mouraria, intitulado Zanguei-me com o meu amor, e outro chamado talvez Viver junto de ti.

Tivemos mais uma vez Portugal com o seu canto, a sua melancolia e a sua alegria, mas não esteve a saudade, e por isso o fado não aconteceu.

Ángel García Prieto



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