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Amélia Muge apresenta no CCB espectáculo de carreira

Archive - Dezembro 01, 2008
amelia_muge.jpgAmélia Muge apresenta no próximo dia 7 de Dezembro, no CCB, em Lisboa, um espectáculo de carreira.

"Uma autora, 202 canções" é o mote do concerto, que apresenta uma amostra do universo dos temas da autoria de Amélia Muge, os interpretados por si e os escritos para outros.

«202 é o número de obras que tenho registadas na Sociedade Portuguesa de Autores. Um pano de fundo a partir do qual seleccionei os 17 temas para o espectáculo que não vai ter, sob o ponto de vista das canções, nenhuma divisão especial», revelou a cantora ao .
E porque o concerto no CCB mostra, então, canções que a compositora fez para outros artistas, entre estes Amélia Muge escolheu dois convidados especiais: Ana Moura e os Gaiteiros de Lisboa. «Um dos propósitos do concerto é também o de cantar temas que fiz para outros intérpretes. Preciso dizer que quem me aliciou para este desafio foi o António Cunha da UGURU, agência com quem agora trabalho. Nunca me teria passado pela cabeça fazê-lo até porque, com a excepção do Camané que canta temas já existentes nos meus álbuns, todos os outros cantam temas compostos para eles e que eu nunca à partida pensaria vir a cantar. No caso da Ana Moura, como ainda não lançou outro disco e o "Fado da Procura" é, por isso, ainda muito actual, não me pareceria correcto ser eu a cantá-lo, daí o convite. Com os Gaiteiros, como sou apenas a letrista de algumas das suas composições, não faria sentido pensar num arranjo diferente. A partir destes critérios foi fácil a escolha. Ainda por cima são de facto pessoas por quem tenho uma enorme, enorme estima e admiração», diz, explicando os motivos desta escolha.

Apesar de este ser um concerto de carreira, a cantora confessa que tem alguma dificuldade em fazer uma leitura estanque do seu percurso. «Não sei fazer balanços. Um dos meus temas (que por acaso também é cantado pelo Camané) chama-se 'Terreiro de Passos'. Há um terreiro, onde a existência de 202 obras evidencia o meu lado de autora-compositora. A quantidade revela a passagem do tempo. E também o espaço que vai alargando este 'Terreiro de Mundos'. Cada canção é, de facto, um pequeno mundo com ligações em aberto com as outras canções e com os encontros todos que elas já convocaram ou ainda virão a convocar. É um bom símbolo para falar em balanços. Se há algum, neste momento, é este: o das canções. Todas numa carreirinha, obrigando-me a olhar para elas como se de um passo se tratassem. Um passo que não é de todo só musical», explica Amélia Muge.

Na entrevista que deu ao , quando lançou "Não Sou Daqui", a cantora revelou que esse disco seria o primeiro de uma trilogia. «O ter decidido fazer este concerto está a ajudar-me imenso a perceber a situação da trilogia. Não em termos conceptuais mas em termos do público a quem a mesma se destina. Eu, de facto, não trabalho para um só tipo de público e isso é evidente neste "Uma autora 202 canções". O meu público mais cúmplice, gostará de ter a trilogia. Mas, depois, outro público haverá que se identificará mais com o "Não Sou Daqui", outros com o álbum mais ligado às referências da música de tradição portuguesa e europeia (álbum que está pronto e só a aguardar financiamento) e outros que se ligarão a linguagens mais experimentais e electrónicas (o álbum mais atrasado, mas também o mais complexo em termos de produção). Para lá da trilogia, também estou a trabalhar num outro álbum particularmente voltado para o canto dos poetas (em várias línguas) em parceria com o pianista Filipe Raposo», explica.
O concerto no CCB tem início marcado para as 21h00 e os bilhetes custam entre 20 e 35 euros. O espectáculo poderá dar origem a uma digressão e a um disco, segundo adianta a cantora.
Ana Tomás


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