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E o fado aconteceu numa Casa de Fados improvisada

Arquivo - Fevereiro 06, 2009
O espectáculo tem por base o filme Fados de Carlos Saura e por isso todo o ambiente cénico lembrava uma autêntica Casa de Fados, com as paredes recobertas de fotografias , cartazes e murais de temática fadista...

Teatro Jovellanos - Gijon (Espanha) - 6/02/09

Uma vez mais o Teatro Jovellanos foi palco de um  espectáculo de fados - apesar das ameças metereológicas - e sem surpresa o público deixou-se envolver pelos sentimentos vibrantes dos fados "Mouraria", que desfilaram em várias versões ao longo de todo o espectáculo, até acabar com "Quadras soltas" cantado "à desgarrada"- desafiando-se mutuamente Vicente da Câmara e Pedro Moutinho, com estrofes de quatro versos cada um.

O espectáculo tem por base o filme Fados de Carlos Saura e por isso todo o ambiente cénico lembrava uma autêntica Casa de Fados, com as paredes recobertas de fotografias, cartazes e murais de temática fadista, mesas e cadeiras, canecas e copos como as de uma típica taberna popular dos bairros de Alfama ou Mouraria. Ao fundo num ecrã, iam-se desfiando imagens de Lisboa, porque Lisboa é a cidade de "O rio que me viu nascer", explicava Vicente da Cãmara, que recentemente foi homenageado pelos seus sessenta anos de carreira inteiramente dedicados ao Fado. " O Tejo faz-nos partir, Lisboa faz-nos voltar"... sim,  Lisboa sempre nos faz regressar, pelo menos desta forma, projectada no ecrã, com o seu Tejo e suas gaivotas.

Os músicos, de primeira fila, eram Pedro Castro e José Luis Nobre Costa, nas guitarras portuguesa, Jaime Santos na viola e o mestre  - "o maestro"- muitas vezes assim chamado - Joel Pina na viola baixo. Iniciaram o espectáculo com uma guitarrada, que lhes valeu uma salva de palmas imensa.

Além de Vicente da Cãmara, participaram no espectáculo Margarida Bessa e Ana Sofia Varela, fadista consolidada e sobejamente conhecida por ter actuado algumas vezes em Gijon e os estreantes, por estes lados entenda-se, Tania Oleiro e Pedro Moutinho. Gerações distintas e estilos diferentes, vozes e paixões que tocam o público de formas diversas e com todos eles o "fado aconteceu", porque ao fado não basta tocá-lo e ouvi-lo, o "fado acontece" combinando sons, palavras e sentimentos. E o "fado aconteceu" intenso em “Rosa enjeitada”, de Margarida Bessa, em “Cinta vermelha” de Ana Sofia Varela, em “Zanguei-me com meu amor” de Tania Oleiro e na versão do clássico “fado Vitoria” de Pedro Moutinho.

Uma noite de fado castiço, de fado clássico, de fado fado num teatro convertido em Casa de Fados, para lembrar a saudade que sempre "nos faz partir e nos faz voltar”. 
Angel Garcia Prieto
Asociación de Amigos del Fado de Asturias
Tradução e adaptação : Portal do Fado


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