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Megafone 5 - a herança musical de João Aguardela

Arquivo - Novembro 04, 2009
A homenagem ao músico é esta noite (às 21.00, com entradas a 20 euros), com um concerto no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Actuam A Naifa, Dead Combo, O'queStrada e os Gaiteiros de Lisboa.

Porque nem todas as vozes são graves e de longo alcance, como a de António Sérgio (já agora), que chegava longe, às vezes é preciso pegar num megafone. João Aguardela olhava de frente as raízes da cultura, do fado aos sons étnicos, projectando-os muitas vezes através de melodias mais pop. Mas nem assim se tornou muito popular. Foi preciso que os amigos homenageassem o músico que morreu aos 39 anos em Janeiro pegando no Megafone 5, o seu projecto pessoal que hoje é apresentado no Centro Cultural de Belém (CCB).

 

"Se calhar até agora só umas 200 ou 300 pessoas conheciam o projecto do João", pontua Sandra Baptista, companheira de muitas vivências dentro e fora de palco. Luís Varatojo tinha dado o mote: "Até agora [sábado], tivemos sete mil e tal visitas no site e não havia sete mil pessoas que conheciam o projecto, havia para aí 300". Sandra, Varatojo, que com ele partilhou A Naifa, são alguns dos amigos e companheiros próximos do músico no palco do CCB.

 

É uma homenagem, uma plataforma para reter o nome de João Aguardela, mas igualmente uma catarse. "É uma necessidade nossa de partilhar a herança musical que o João nos deixou", assume Sandra. "Eu também tinha necessidade desta catarse." Mas é a música que os une, que os mantém ligados a Aguardela, uma espécie de trovador.

 

Megafone foi um projecto solitário do músico, que tinha idealizado criar cinco ábuns debaixo deste capote. Fez quatro entre 1997 e 2005. "Ele fazia muito as coisas por ele. Com o Megafone foi ele que se chegou à frente em edições de autor, apesar de dois dos álbuns também terem sido editados pela Farol [editora que representa o selo Warner]", explica Sandra Baptista. "Ele queria cinco como nos Sitiados [outro dos projectos de Aguardela] e este Megafone 5 acaba por ser um disco aberto", continua.

 

Aberto, como diz Sandra, por permitir que se faça jus à herança musical de João Aguardela e, mais ainda, por poder ser um trampolim para muitos outros discos - se, como se pretende, Megafone 5 servir de incentivo para que novos músicos homenageiem a música portuguesa seguindo os passos estéticos e étnicos de João Aguardela. "Ele pegava nas referências e reinventava-as", explica Varatojo: "Gostava que este projecto incentivasse novos músicos e artistas a fazer um trabalho objectivo."

 

Para já, portanto, há um pequeno passo que se adianta à imobilidade: o contador do sítio na internet (www.aguardela.com) que promove o projecto segue perto das dez mil visitas, o corpo do projecto medra. "Cada dia que passa, chegam novas pessoas com novas fotografias, com mais material que serve para evitar uma coisa que não queríamos que acontecesse: que o site não fosse actualizado constantemente." Ou seja, valeu a pena pegar num megafone para dar uma voz mais popular a João Aguardela, um trovador que por estes dias chega a mais gente.





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