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Noite de fados em auditório cheio no CCB

Arquivo - Fevereiro 09, 2010
Rão Kyao apresentou, no sábado, o seu mais recente trabalho, 'Em'Cantado' na companhia de Tânia Oleiro, Ana Sofia Varela, Ricardo Ribeiro, Manuela Cavaco e Camané.


CCB - Lisboa - 06/02/10

Em 1983, com o lançamento de Fado Bailado, Rão Kyao tornou-se o primeiro músico português a ser premiado com um Disco de Platina. Agora, 26 anos volvidos, o flautista tenta duplicar o sucesso daquele que é um dos discos marcantes das últimas décadas da música portuguesa. Se, nos últimos anos, foi o fado que procurou a fusão com géneros musicais e sonoridades não tradicionais para alcançar uma projecção mundial sem precedentes em Portugal, agora é Rão que tenta o reencontro com a música popular.

 

Na noite de sábado, Rão Kyao fez-se acompanhar de alguns dos principais intérpretes e interveniente s do fado para a apresentação do seu mais recente trabalho, Em'Cantado, editado em 2009. Tânia Oleiro, Ana Sofia Varela, Ricardo Ribeiro, Manuela Cavaco e Camané juntaram-se em palco ao músico, que alternou o alinhamento jazz orientado para as composições instrumentais, composto pelo pianista Renato Júnior e pelo percussionista Ruca Rebordão, com a instrumentação tradicional do fado para as colaborações vocais. Os guitarristas Pedro de Castro e Jaime Santos tiveram a seu cargo a execução do repertório de fados escolhidos, ou compostos, pelo flautista.

 

O alinhamento das canções seguiu à risca a ordem de Em'Cantado, composto por um lado mais tradicional, de colaborações de um fado mais ortodoxo, com faixas instrumentais, mais deambulatórias mas pouco arriscadas, em que o flautista adopta uma linguagem estética e de interpretação mais próxima do fado.

 

Na verdade, é nestas composições instrumentais que se revela a extensão da fusão entre o jazz de influência oriental e o fado, pela notável qualidade "dialogante" que Kyao imprime à flauta. Porém, é difícil encarar estes segmentos como algo mais do que interlúdios entre as intervenções vocais, em que Ricardo Ribeiro (uma verdadeira força primordial), Camané e Ana Sofia Varela se distinguiram com mais clareza.

Rão Kyao, embora corra, nestas colaborações, o risco de se tornar música de fundo nas suas próprias composições, compensa alguma discrição excessiva com os seus notáveis recursos enquanto intérprete e compositor.

 

Num concerto quase lotado, Rão Kyao, certamente bem acompanhado nas vozes e na música, deu uma boa demonstração do seu registo habitual.

Artes


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