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Morreu o compositor José Niza

Arquivo - Setembro 23, 2011
O compositor e ex-deputado José Niza morreu esta quinta-feira à noite, aos 73 anos, informou a fonte da CM de Santarém, onde residia e chegou a ser presidente da Assembleia Municipal.

Niza foi o autor de «E Depois do Adeus», canção escrita para a 12ª edição do Festival RTP, que viria a servir de primeira senha à revolução de 25 de Abril de 1974.

José Manuel Niza Antunes Mendes nasceu em 1938, em Lisboa, mas passou a infância e juventude em Santarém, de onde saiu aos 17 anos para ir estudar Medicina e Psiquiatria em Coimbra, cidade onde se iniciaria na música, através do fado.

Foi em Coimbra que conheceu José Afonso e Adriano Correia de Oliveira e, em 1961, com Proença de Carvalho, Rui Ressurreição e Joaquim Caixeiro, fundou um quarteto de jazz e o Clube de Jazz do Orfeu.

Até 1969, criou música para peças de teatro como «A Excepção e a Regra», apresentada no centro paroquial de Águeda, que a polícia política da ditadura do Estado Novo, a PIDE, viria a encerrar.

José Niza foi chamado várias vezes à PIDE para interrogatório, sobretudo durante a greve académica de 1969, que teve como um dos hinos a canção «Cantar de Emigrante», por ele composta.

Destacado para Angola em 1970, José Niza foi ali alferes-médico do Exército português e criou músicas do disco de Adriano Correia de Oliveira, «Gente de Aqui e de Agora», que viria a ser lançado em Outubro de 1971.

Também compôs «Fala do Homem Nascido», com base em poemas de António Gedeão, disco que viria a sair em 1972, com arranjos orquestrais de José Calvário e vozes de Tonicha, Carlos Mendes, Duarte Mendes e Samuel.

Quando assumiu a liderança da editora Orfeu, passou a produzir diversos trabalhos de cantores portugueses como Fausto, Carlos Mendes, Paulo de Carvalho, Vitorino, José Afonso e Adriano Correia de Oliveira.

Antes de «E Depois do Adeus» - senha musical para o Movimento das Forças Armadas - José Niza já tinha conquistado o Festival da Canção da RTP, em 1972, com José Calvário e Carlos Mendes, com o tema «A Festa da Vida».

Após o 25 de Abril de 1974, filiado no Partido Socialista, José Niza deixou a editora Orfeu e passou a dedicar-se à política, tendo sido eleito deputado à Assembleia da República pelo círculo de Santarém e, em 1977 e 1978, tendo o cargo de director de programas da RTP.

Em 1983 e 1984 voltou à RTP como administrador ligado à produção e, em 1985, regressou ao parlamento, onde procurou defender as questões ligadas à música, participando, por exemplo, na elaboração da legislação relativa à obrigatoriedade de passagem de cinquenta por cento de música portuguesa nas estações de rádio do país.

Deixou de ser deputado em 1999, mas manteve-se como assessor do presidente da Assembleia da República, Almeida Santos.Lusa


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