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José Mário Branco

Músicos - Actualizado em Janeiro 01, 2021
Filho de professores primários, cresceu no Porto e frequentou o curso de História, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que não concluiu.

Expoente da música de intervenção portuguesa, iniciou a sua carreira durante o Estado Novo, tendo sido perseguído e exilado na França, entre 1963 e 1974. Com ele trabalharam José Afonso, Sérgio Godinho, Luís Represas, Fausto e Camané, entre outros, com os quais participou em concertos ou em álbuns editados como cantor e/ou como responsável pelos arranjos musicais. Igualmente compôs e cantou para o teatro, o cinema e a televisão. Em 1974 fundou o GAC - Grupo de Acção Cultural com o qual gravou dois álbuns.

O seu primeiro disco, “Seis Cantigas de Amigo”, foi editado em 1967. Depois disso seguiu-se o single “Ronda do soldadinho”, de 69. A sua discografia inclui, entre outros trabalhos, “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades” (1971), “Margem de certa maneira” (1973), “A Cantiga é uma Arma” (1976), “Ser Solid(t)ário” (1982), “A Noite” (1985), “Correspondências” (1990), “Canções Escolhidas” (1999) e “Resistir é vencer” (2004).

Entre música de intervenção, Fado e outras, é também obra sua o emblemático FMI, obra síntese do movimento revolucionário português com seus sonhos e desencantos. Esta última foi pelo próprio proibida de passar em quaisquer rádio, TV ou outro tipo de exibição pública. Não obstante este facto, FMI será, provavelmente, a sua obra mais conhecida. 

O seu último disco "Resistir é Vencer" é uma homenagem ao povo timorense que resistiu durante décadas à ocupação pelas forças da Indonésia logo após o 25 de Abril. O ideário socialista está expresso em muitas das suas letras.

Em 2006, com 64 anos, José Mário Branco iniciou uma licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Acabou o 1º ano, com média de 19,1 valores, sendo considerado o melhor aluno do seu curso. Prémios que lhe foram atribuidos, rejeitou, dizendo que é «algo normal numa carreira académica».

Em 2009 voltou às actuações públicas com dois concertos intitulados Três Cantos, juntando «referências não só musicais mas também poéticas do que é cantar em português»: José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto. 

Dez anos depois do último disco, em 2014, saiu o documentário “Mudar de Vida”, da autoria de Nelson Guerreiro e Pedro Fidalgo, que traça a história do músico. “Sou o Zé Mário Branco, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto, continua, desde há 40 anos a denunciar e a acreditar que é possível realizar a Mudança, aquela grande mudança que faz transformar o Mundo e a Vida numa coisa melhor.”

Em 2016, José Mário Branco assegurou a direção musical do filme "Alfama em si", de Diogo Varela Silva.

Em 2018, José Mário Branco cumpriu meio século de carreira, tendo editado um duplo álbum com inéditos e raridades, gravados entre 1967 e 1999. A edição sucede à reedição, no ano anterior, de sete álbuns de originais e um ao vivo, de um período que vai de 1971 e 2004.

José Mário Branco faleceu no dia 19 de Novembro de 2019 em Lisboa. Tinha 77 anos.


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