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Helena Sarmento - Fado dos dias assim

Discos - Março 14, 2013
Edição de autor / 2013
Serei capaz de não ter medo de nada, nem de algumas palavras juntas? (Manuel António Pina)

Amor. Desamor. Morte. Insubmissão. Ternura. Alegria. Ironia. Paixão. Provocação. Manifesto. Dor. Desolação. Indignação. Tempestade. Inquietação. Fúria. Desconstrução. Dignidade. Desassossego. Estrelas. Gaivotas. Amor. Hoje.

São assim os dias e é assim este disco. "Fado dos dias assim" constitui o segundo trabalho independente de Helena Sarmento, que aprofunda e densifica o que "Fado Azul", seu disco de estreia, já prometia. A voz libertou-se e deu de novo as mãos às palavras, num propósito de coerência que mais do que um projecto no Fado, é uma forma de estar na vida, disso se fazendo fado. joão gigante-ferreira, Joaquim Sarmento, José Afonso, Alexandre O'Neill, Vinicius de Moraes e Manuel António Pina são os autores dessas palavras, para os dezasseis temas que compõem Fado dos dias assim".

Os temas inteiramente originais são assinados por Samuel Cabral (Porto-porto, de joão gigante-ferreira), Tino Flores (No Reino das Formigas, de joão gigante-ferreira) e Paulo Rodrigues (Saudade da Prosa, de Manuel António Pina). Porto-porto, tema que abre o disco, emerge do coração da cidade património mundial, no doce pulsar da composição de Samuel Cabral. Saudade da Prosa, contra todas as vontades, acabou por se transformar numa homenagem à memória de Manuel António Pina. Não era assim que deveria ter sido. O desaparecimento precoce do Poeta fez com que Paulo Rodrigues, na procura da memória, concebesse um verdadeiro objecto musical.

Formiga Bossa-nova (do repertório de Amália Rodrigues, a partir do poema Velha Fábula em Bossa Nova de Alexandre O´Neill, com música de Alain Oulman, mas assim titulado em EP editado em 1969) é neste trabalho a homenagem à Voz do Fado; desta vez esta formiga insubmissa convocou para protagonista o violoncelo de Susana Santos, conferindo ao tema um novo colorido. Canção de Embalar, de José Afonso, integra o núcleo dos temas que homenageiam referências essenciais de Helena Sarmento, na música e para além dela que, neste trabalho, inclui ainda "O que tinha de ser", de Vinicius de Moraes, acompanhado apenas ao piano, pelas mãos de Isabel Castro. O conjunto mais significativo de temas do Fado dos dias assim" reporta-se a fados tradicionais, servidos inteiramente por palavras novas escritas para si: De joão gigante-ferreira, Os teus dedos por aqui (Fado Triplicado, de José Marques), Fado Negro (Fado Acácio, de Acácio Gomes dos Santos), Fado do Perfume (Fado Adiça, de Armando Augusto Freire), Despedida (Fado Marcha de Raul Pinto), Fado de Ver (Fado Noquinhas, de Fernando de Freitas), Fado Geográfico (Fado Rosita, de Joaquim Campos da Silva), Sem-abrigo (Fado Menor do Porto, de João Black) e Manifesto breve cobtra a guerra ou qualquer outra pena de morte (Fado Tango, de Joaquim Campos da Silva); De Joaquim Sarmento (romancista e pai de Helena Sarmento), O nó do nosso segredo (Fado Bailado, de Alfredo Marceneiro).

O primeiro avanço do disco será, todavia, o Fado aAritmético (com letra também de joão gigante-ferreira para a música de Carlos Gonçalves na qual Amália criou e interpretou “Fui ao mar buscar sardinhas”) e que resultou numa forma extraordinariamente divertida e singular de falar dessa coisa tão séria que é o Amor.


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