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Gonçalo Salgueiro - Sombras e fado

Discos - Abril 10, 2017
Companhia Nacional de Música / 2017
“Sombras e Fado” é um disco com todos os atributos para se tornar de imediato num clássico.

Tratando-se de um disco predominantemente de fado, o quarto álbum a solo de Gonçalo Salgueiro pertence no entanto ao grupo daqueles que rompem – no melhor dos sentidos – com as rotulagens habituais, sendo em larga medida uma verdadeira pedrada no charco, graças à multiplicidade de abordagens, muitas delas pouco habituais nestes quadrantes.

Mesmo imperando o doutrinário fado tradicional, no decorrer da audição vão-se descobrindo paisagens sonoras totalmente dispares, que só um artista verdadeiramente predestinado consegue fazer unir. Se de início escutamos o exigente mas exemplarmente bem cantado “Fado Alcântara”, seguido por um não menos exemplar “Zé Negro” (ambos com letra de Gonçalo Salgueiro), não tardará que estejamos perante um outro universo, quando depois de “Boca Encarnada” (Amália Rodrigues / Carlos Gonçalves), nos deparamos com uma sublime e totalmente inesperada interpretação de “Volta” de Diogo Piçarra.

O disco prossegue em jeito de homenagem. “Noite Cerrada” (criação de Maria da Fé), “Amor de Mel, Amor de Fel” (criação de Amália Rodrigues), “Penso Sempre em Ti” (criação de Fernanda Maria) e “Sudário” (mais um fado clássico com letra de Gonçalo Salgueiro) antecipam “Quem Mora Naquela Rua” (criação de Beatriz da Conceição), atingindo-se de seguida com “Tu”, um dos pontos mais surpreendentes do disco, quando Gonçalo Salgueiro, aborda de forma avassaladora o “inexpugnável” e “proibido” “Concerto Para Uma Voz” de Saint-Preux, aqui com a participação da soprano Elena Mosuc.

Uma interpretação de “Naufrágio” (Cecília Meirelles / Alain Oulman) de arrepiar, leva-nos até “Meu Nó Aflito” (letra de Gonçalo Salgueiro). “Trigueirinha” (António Vilar da Costa / Jorge Fernando) em ritmo de cariz popular cria novo frissom, antecedendo mais dois fados clássicos (ambos novamente com poemas de Gonçalo Salgueiro), acabando em apoteose com uma estrondosa versão orquestral de “Ai Vida” de Jorge Fernando.

Escondida está no entanto ainda uma última surpresa…


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