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O fado no Brasil: Amália Rodrigues

Amália Rodrigues (1920-1999) deslocou-se várias vezes ao Brasil, onde gravou discos pela primeira vez, e onde criou, entre outros, o Fado Xuxu e Ai Mouraria, ambos de Amadeu do Vale e Frederico Valério.

Amália viaja para o Brasil pela primeira vez em 1944, sendo a sua estreia no Casino de Copacabana onde obtém um êxito retumbante.

Amália Rodrigues conhecida como a “Rainha do Fado”, realizou as suas primeiras gravações no Brasil, por ocasião da sua segunda visita em 1945. Aí gravou 16 fados, com acompanhamento de orquestra de guitarras portuguesas sob a direção de Fernando de Freitas.
O fado de Frederico de Freitas e Silva Tavares, Dá-me um beijo, foi gravado por Amália Rodrigues no Brasil e lançado em 1949.

Em 1949, Amália deixou gravado, em 2 discos Continental (45 rpm), os fados: Sabe-se lá… (Frederico Valério / Silva Tavares), Confesso (Frederico Valério / José Galhardo) e Fado da saudade (Frederico de Freitas / José Galhardo), no lado B, Dá-me um beijo.

Da contracapa do LP Amália, número MOEB-26, lançado no Brasil pela Odeon, transcrevemos o texto de apresentação, que não tem assinatura de autor.

“Amália é a mais inspirada intérprete do Fado, a canção suprema de Portugal. Amália destila em seu canto a própria essência do espírito de Lisboa – dessa Lisboa onde nasceu e cresceu. Dos bairros pobres em que se criou, elevou-se, pela arte ao lugar que agora ocupa de fadista internacionalmente conhecida. Porque depois de conquistar Portugal, onde é quase uma figura lendária, Amália pelo seu magnetismo, sua voz e sua expressividade conquistou o mundo como só uma artista verdadeiramente grande poderia conquistar.
E, graças a Amália, o Fado também se tornou conhecido e aplaudido fora do seu berço natal, porque quando canta o Fado – o fado que descreve a vida nas suas alegrias e nas suas tristezas, mas que, de qualquer forma, tem sempre um fundo de tragédia – Amália traça quadros assombrosamente reais da sua terra e da maneira de sentir do seu povo”.

No início da década de 1950, a fadista gravou um conjunto de temas de autores brasileiros como A coroa do rei, Saudades de Itapuã, Falsa baiana e Nega maluca.

Em 1955, Amália Rodrigues gravou o tema "Barco Negro", com poesia de David Mourão Ferreira. Na verdade, este tema é uma versão, com novo ritmo e nova letra, da canção brasileira "Mãe Preta", da dupla Piratini e Caco Velho. A música foi levada para Portugal pela fadista Maria da Conceição.
"Barco Negro" tem como tema o amor de uma mulher por um homem morto num naufrágio, sendo um dos maiores êxitos da carreira de Amália Rodrigues.

A composição de Vinicius de Moraes, Saudades do Brasil em Portugal, composta para a voz de Amália, e que a gravou em dezembro de 1969, quando o criador brasileiro visitou a fadista na sua casa em Lisboa, e ali se realizou uma tertúlia, em que entre outros, participaram Natália Correia, David Mourão-Ferreira e José Carlos Ary dos Santos.

Amália Rodrigues, com o compositor luso-francês Alain Oulman, gravou Naufrágio, da brasileira Cecília Meirelles. Do Brasil foi buscar um outro título, "Formiga Bossa-Nova", do português Alexandre O'Neil que Oulman também musicou.

A fadista atuou regularmente no Brasil, e um dos seus discos gravados ao vivo foi no Canecão, no Rio de Janeiro, donde resultou a edição do álbum Amália no Canecão.

Amália tem uma relação densa e próxima com o Brasil, desde a sua chegada em 1944, para a sua primeira digressão internacional, até aos seus últimos recitais nos anos 1990, passando pelos primeiros discos de sempre, pelo filme Vendaval maravilhoso (1949), de Leitão de Barros, sobre o poeta brasileiro Castro Alves, pelas suas inúmeras atuações nas rádios e televisões brasileiras - material muito extenso que nunca foi alvo de investigação -, ou até pela participação numa telenovela da TV Record em 1971, 'Os deuses estão mortos'".


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