Casino Estoril recupera o Fado a partir de Setembro
O primeiro espectáculo do ciclo «O Fado volta ao Casino» acontece a 30 de Setembro com o grupo Quatro Cantos, constituído por Maria Armanda, Teresa Tapadas, António Pinto Basto e José da Câmara.
Os espectáculos do ciclo, que se prolonga até ao final do ano, realizam-se no Teatro-Auditório do Casino, com capacidade para 385 pessoas, sempre pelas 22:00.
«Está prevista no acordo com o Casino a sua continuidade no próximo ano», disse o produtor musical Carlos Cruz, responsável pela iniciativa.
«A ideia - explicou - é fazer um espectáculo de fado, o que é diferente dos que aconteceram às quartas no Casino até 2003. Surgindo na esteira destas, os domingos de fado têm um conceito diferente».
Segundo o produtor, «o figurino dos espectáculos» ao domingo procurará juntar no mesmo palco «três gerações fadistas: um fadista no início de carreira, outro com alguns anos e um terceiro já consagrado».
Caberá ao «consagrado» escolher os músicos responsáveis pelo acompanhamento da noite, tendo cada espectáculo a duração prevista de hora e meia.
«Não haverá músicos residentes, como acontecia nas 'quartas de fado', podendo assim variar quem acompanha, o que dá também a conhecer os diferentes talentos nesta área fadista», referiu ainda.
Os dois primeiros espectáculos - dias 30 de Setembro e 07 de Outubro - serão com o grupo Quatro Cantos, «que cria um ambiente de casa de fados em palco, com uma tela onde surgem vários fadistas».
Em palco estarão Maria Armanda, Teresa Tapadas, António Pinto Bastos e José da Câmara, acompanhados por José Nobre Costa (guitarra portuguesa), Francisco Gonçalves (viola) e Armando Figueiredo (baixo).
Os quatro fadistas recordarão vários fados desde os anos 1920 à actualidade, indicou à Lusa Maria Armanda, que participou nas «Quartas de fado» e na opinião da qual este «retomar é positivo».
«O fado - disse - é sempre bem-vindo e a experiência anterior correu muito bem, portanto estamos esperançados no sucesso destes domingos de fado».
O grupo interpreta fados de Carlos do Carmo, Rodrigo, Mariema, António Mourão e Anita Guerreiro, entre outros.
Dia 14 de Outubro inicia-se o modelo pensado para estes espectáculos com Margarida Bessa, António Zambujo e Maria da Fé.
Margarida Bessa venceu em 1994 o Grande RTP Prémio de Fado, ex-aequo com Luís Almada, e tem dois álbuns editados.
António Zambujo, actualmente a preparar um terceiro álbum, recebeu o ano passado o Prémio Amália para o Melhor Fadista.
Maria da Fé, com mais de 40 anos de carreira, recordou os tempos «em que actuar no casino era tão importante como ir ao Olympia».
«O fado integrava o espectáculo do casino», lembrou a fadista, uma das primeiras a ser escolhida para lá ir cantar em 1961.
Relativamente a este «figurino», a criadora de «Cantarei até que a voz me doa» (José Luís Gordo/José Fontes Rocha) acha-o «prometedor, pois permite a troca de experiências e até para o público notar que há diferentes maneiras de cantar o fado».
«Estou expectante, mas acho positivo, pois ao longo da minha carreira tenho procurado sempre levar a palco comigo outras vozes, tanto em espectáculos cá como lá fora», acrescentou.
Maria da Fé, Margarida Bessa e António Zambujo serão acompanhados à guitarra portuguesa por Paulo Parreira, à viola por Carlos Garcia e na viola-baixo por Joel Pina.
A este conjunto de fadistas seguir-se-ão, dia 21 de Setembro, Hélder Moutinho, Maria João Quadros e Rodrigo.