A terra, a mata, a caça, o homem e o cão
O vento que passa indiferente, passeia a solidão
As vidas que podem se escondem, temendo a intenção
Os olhos, o ponto de mira, o chumbo e o coração
Aposto que apostam um copo a quem matar mais
Por graça, a negaça, que nega a vida aos animais
A ave voando, ignorando que há sentimentos tais
A lebre correndo, temendo latidos infernais
Não à morte!
Não à morte, sem razão de ser
Só por prazer!
Não à morte! Não à morte!
Matar por prazer, sem razão de ser?!
O homem orgulho, orgulhoso de grande caçador
A sede, a garganta , o vinho que quanto mais melhor
As botas, as ervas calcadas, e ao longe um lavrador
As mãos que em contraste semeiam a terra com amor
A vida roubada sem nexo, só para distracção
A terra arada, lavrada, e transformada em pão
Princípios distintos, diversos, na mesma criação
A terra, a mente, o instinto, o homem e o cão.
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