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Cais da pimenta

Fernando Marques
Lisboa, sete colinas
A pobreza pelas esquinas
Use sempre óculos de sol
Welcome, diz o letreiro
A quem vem do mundo inteiro
Branquinho como um lençol

Vejam bem esta cidade
Sem juízo nem idade
Mas de orgulho muito altivo
Já sinto que se arrepia
Quando lhe disser um dia
Que é um inferno colorido

Já foi o cais da pimenta
Tanto espirra que rebenta
Tudo treme, fica a fé
E o Tejo embevecido
Pelo que vê construído
Nunca mais se pôs de pé

Cidade onde vem parar
Gente de todo o lugar
Onde o pão não tem sal
Mas é forte o desencanto
Quando sentem com espanto
A vida da capital

Um político sorridente
Diz que sim a toda a gente
Cartaz novo na parede
Vou correndo para o transporte
E assim caminho para a morte
Mas da vida tenho sede

Não me enganas com a calma
Pois não me entra na alma
Só me apetece é gritar
Mas ao som do choradinho
Falo logo mais mansinho
E lá me deixo arrastar
Envie-nos a sua correcção
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