Porque há-de este amor ser de saudade ?
Porque hei-de acordar do que sonhei ?
Porque hei-de ver morrer esta verdade
Que tão longe, em Diu, reencontrei ?
Lá longe, onde dorme a nossa história
No lajedo das muralhas que pisei
Lá, onde o sol é de oiro e o mar, memória
Do pranto desse eterno vice-rei
Uns olhos cor do mar me perguntaram
Se Portugal era uma vida ou um momento
E as sombras desses muros nos gritaram
Que era um caminho, uma verdade e um alento
Por isso este sonho dura ainda
Por isso a Índia estará em nós presente
Por isso é forte a sorte que não finda
Lá longe, tão longe, em Diu, na minha gente