A minha rua
sente-se tua
sempre que passas
para me ver.
E até a lua
te espera nua
nestas vidraças
para te ter.
E a sorrir eu
sinto-te a chegar.
Abro a porta,
quero-te abraçar
Amo a noite
porque ela te traz
para mim!
E danço contigo
um tango perdido
que o sol jamais verá.
Amor proibido,
o céu prometido
que nunca se abrirá.
És minha vida e o tudo que eu não terei
Ser toda em ti eu nunca (o) serei
E fica a lua
dona da rua
quando, minguante,
te vê sair
E eu, que sou tua,
sinto-me nua
no frio instante
do teu partir
Nasce o dia e
volta a contrição;
cada aurora
chama-me à razão,
mas eu sei que
para te ter…
só mesmo
assim!