Vai lá falar àquela mulher sem sorte
Que um dia perdeu o norte e continua perdida
Até vai dar uma palavra singela
De bondade, para ver se ela volta a acreditar na vida
Vai lá falar àquele a quem chamam louco
Que pintou ainda há pouco mais um quadro de Lisboa
Vai dizer-lhe que ele é que tem razão
Com tintas do coração qualquer tela é sempre boa
Vai lá falar... põe o orgulho de lado
Não fiques contrariado, sorri seja para quem for
Vai lá falar... aperta a mão de quem passa
Porque aonde houver desgraça é preciso o nosso amor
Vai lá falar ao teu amigo de infância
Que por qualquer circunstância pede esmola para viver
Anda, vai dar-lhe do teu pão e do teu vinho
Dá-lhe todo o teu carinho para que deixe de sofrer
Vai lá falar àquela que já foi tua
E nunca mais se habitua a ter de viver sem ti
Vai-lhe dizer que vives arrependido
Por não teres compreendido a paixão que havia em si
Vai lá falar... põe o orgulho de lado
Não fiques contrariado, sorri seja para quem for
Vai lá falar... aperta a mão de quem passa
Porque aonde houver desgraça é preciso o nosso amor