Lá está ela olhando rio
Lá está ela olhando o mar
A ver partir um navio
Com saudades de voltar
Lá está ela olhando rio
Lá está ela olhando o mar
Só não chora quem não viu
Os seus olhos a chorar
Lisboa chora sempre ao fim da tarde
Num soluço sem alarde
Ao fim de um dia cansado
Lisboa quando a anoitece, em saudade
Chora outro tempo, outra idade
Nos versos de qualquer fado
Lisboa, tem olhos cheios de mar
Quando os põe a navegar
No mar de um sonho profundo
Lisboa chora sempre que é preciso
Mas também tem o sorriso
Mais bonito deste mundo
Lá está ela olhando o rio
Como um barco sem ter rota
O mar é um desafio
Para os seus olhos de gaivota
Lá está ela olhando o rio
Lá está ela olhando o mar
Tanto sonho fugidio
Tem Lisboa num olhar