Reparei naquela flor
Pequenina e indiferente
Não crescia, tinha dor
De ser como toda a gente
Tinha rosas nas bochechas
Quando a vi, envergonhada
Perguntei: "porque te fechas
Querida Rosa, embaraçada"?
Cada flor em céu aberto
Cada qual tem seu lugar
Como a areia no deserto
Como a lágrima no mar
Respondeu-me dando a mão
Com um espinho em cada dedo
Não falou, ficou no chão
Enraizada pelo medo
Peguei nela com cuidado
Porque o medo é de cristal
Num lugar abandonado
Não havia roseiral
Olho a vida da janela
Tantas flores por nascer
Guardo um vaso junto dela
Se uma rosa se perder