O mais recente trabalho de Jorge Fernando - Memória e Fado reúne um conjunto de temas interessantes, que não sendo na totalidade originais, o são na sua maior parte de sua autoria.
Roubo rápido. De mão armada de canções subterrâneas. Diz-se que
usam palavras, os poemas, assentes na mestria; que as musica de coração
ao alto, de vela ao vento.
Por nome é Meu fado
meu. Não é o primeiro raio de sol de Transparente.
Mas foi primeiro single – ou o que
lhe chamam. É arrebatador e desarma qualquer alma.
Este álbum fantástico, intitulado Cantigas de Amigos apresenta-nos, acompanhados à Viola e à Guitarra, Natália Correia, Amália Rodrigues e José Carlos Ary dos Santos (e a presença implícita de Maluda que desenhou a capa do disco).
FadoCurvo era o novo trabalho de Mariza. Em 2003. Datas que em nada desarranjam vozes (já!) eternas. Falemos desta. Em português. Esta caixinha de madeira alberga mais que um corpo.
Carlos Paredes, alma de mar nos dedos e dedos salgados nas cordas. Em dó, em ré, em sensibilidade maior. «A mim quem me tira uma guitarra bem gemida tira-me tudo», tem-no dito.
Podemos afirmar que Busto foi deveras revolucionário. As novas melodias de Alain Oulman, que os guitarristas apelidavam ironicamente de as óperas pela sua complexidade, vieram romper o classicismo fadista vigente até então.
«Dezembro de 1968. Dezanove de Dezembro. Vinicius parte amanhã para Roma onde irá passar o Natal. Esta noite em casa de Amália há uma pequena festa de despedida.(...)»
Ulisses de “perfeito coração”. Ulisses viajante e viagens porque
estórias de amor; viagens com Portugal na ponta – como a árvore que
subitamente levanta voo sem esquecer que tem uma raiz pendurada.
Fabuloso é adjectivo que não pode deixar de saltar à boca,
do coração, quando «no silêncio outra
voz/ ao lado duma canção/ repartida entre nós/ tem a força duma oração».
