Desgarradas de Fernando Maurício e Francisco Martinho editadas em CD
Archive - Novembro 01, 2008
A editora Ovação recupera gravações de 1970 de Fernando Maurício e Francisco Martinho que o estudioso de fado Luís de Castro qualifica como "uma mais-valia para as gerações actuais".
"Foram dois grandes nomes que marcaram um época, as décadas de 1960 e 1970, dois fadistas que se entendiam muito bem e as desgarradas que interpretaram são disso exemplo", disse à Lusa Luís de Castro.
O CD intitula-se "Desgarradas" e além de três desgarradas inclui fados por cada uma destas duas vozes já desaparecidas.
"Toda a recuperação do espólio das editoras para CD é positivo, tanto mais que o Fernando Maurício é um nome de referência, e este CD constitui uma mais-valia para as novas gerações", sublinhou Luís de Castro.
"Revista de fados" (Carlos Conde/Rapsódia), "O fado em duas almas" (C. Conde/Fado Menor) e "Improviso ao desafio" (C.Conde/Rapsódia), são os três fados interpretados pelos dois fadistas.
Referindo-se a Francisco Martinho, Luís de Castro afirmou: "Era um rapaz que tinha uma voz belíssima, cantou na Parreirinha de Alfama e noutras casas também. Tinha uma voz mais metálica do que Fernando Maurício de quem não vale a pena dizer que cantava bastante bem: toda a gente o reconhece. Mas o Francisco não deixava de cantar também muito bem e era uma pessoa que agradava bastante".
As gravações originais foram realizadas em Outubro de 1970 pela editora Estúdio, sendo agora recuperadas para CD pela Ovação.
O editor da Estúdio, Emílio Mateus, disse à Lusa que o "Fernando Maurício foi um dos melhores fadistas, descuidou muito a sua carreira, era um homem essencialmente bairrista, enquanto o Martinho queria sempre gravar novos discos".
Opinião partilhada por Luís de Castro, segundo o qual "para Maurício o dinheiro estava sempre em segundo plano, apesar de não ser rico".
"Vivia o fado e a sua camaradagem, chegando a recusar bons contratos porque se comprometera a cantar numa festa de beneficência", sublinhou.
Emílio Mateus referiu, por seu turno, que "Maurício era sempre fugidio às gravações, preferia o convívio dos amigos, tendo ligado pouco à carreira".
A este propósito, recordou que o poeta Júlio de Sousa ofereceu ao fadista o tema "Saudade vai-te embora", que cantou mas nunca gravou, acabando a sua criação por ser de Fernanda Maria "tornando-se um estrondoso êxito", tendo Amália Rodrigues e Celeste Rodrigues gravado o mesmo tema em seguida.
Deste poeta incluem-se no CD os fados "Loucura", cantado por Maurício, e "Alvorada", por Martinho.
Luís de Castro salientou à Lusa que "Fernando Maurício tinha uma voz belíssima, marcante no seu estilo que deixou escola. Há hoje muitas cópias mas são isso mesmo... cópias, sempre inferiores". O CD, além das desgarradas, inclui outros temas que cada um canta a solo, designadamente "Bairro eterno" (José António Sabrosa/Júlio Vieitas) por Maurício, ou "A luz do teu caminho" (António Rocha/Miguel Ramos) por Francisco Martinho.
O CD intitula-se "Desgarradas" e além de três desgarradas inclui fados por cada uma destas duas vozes já desaparecidas.
"Toda a recuperação do espólio das editoras para CD é positivo, tanto mais que o Fernando Maurício é um nome de referência, e este CD constitui uma mais-valia para as novas gerações", sublinhou Luís de Castro.
"Revista de fados" (Carlos Conde/Rapsódia), "O fado em duas almas" (C. Conde/Fado Menor) e "Improviso ao desafio" (C.Conde/Rapsódia), são os três fados interpretados pelos dois fadistas.
Referindo-se a Francisco Martinho, Luís de Castro afirmou: "Era um rapaz que tinha uma voz belíssima, cantou na Parreirinha de Alfama e noutras casas também. Tinha uma voz mais metálica do que Fernando Maurício de quem não vale a pena dizer que cantava bastante bem: toda a gente o reconhece. Mas o Francisco não deixava de cantar também muito bem e era uma pessoa que agradava bastante".
As gravações originais foram realizadas em Outubro de 1970 pela editora Estúdio, sendo agora recuperadas para CD pela Ovação.
O editor da Estúdio, Emílio Mateus, disse à Lusa que o "Fernando Maurício foi um dos melhores fadistas, descuidou muito a sua carreira, era um homem essencialmente bairrista, enquanto o Martinho queria sempre gravar novos discos".
Opinião partilhada por Luís de Castro, segundo o qual "para Maurício o dinheiro estava sempre em segundo plano, apesar de não ser rico".
"Vivia o fado e a sua camaradagem, chegando a recusar bons contratos porque se comprometera a cantar numa festa de beneficência", sublinhou.
Emílio Mateus referiu, por seu turno, que "Maurício era sempre fugidio às gravações, preferia o convívio dos amigos, tendo ligado pouco à carreira".
A este propósito, recordou que o poeta Júlio de Sousa ofereceu ao fadista o tema "Saudade vai-te embora", que cantou mas nunca gravou, acabando a sua criação por ser de Fernanda Maria "tornando-se um estrondoso êxito", tendo Amália Rodrigues e Celeste Rodrigues gravado o mesmo tema em seguida.
Deste poeta incluem-se no CD os fados "Loucura", cantado por Maurício, e "Alvorada", por Martinho.
Luís de Castro salientou à Lusa que "Fernando Maurício tinha uma voz belíssima, marcante no seu estilo que deixou escola. Há hoje muitas cópias mas são isso mesmo... cópias, sempre inferiores". O CD, além das desgarradas, inclui outros temas que cada um canta a solo, designadamente "Bairro eterno" (José António Sabrosa/Júlio Vieitas) por Maurício, ou "A luz do teu caminho" (António Rocha/Miguel Ramos) por Francisco Martinho.
NL/Lusa
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