Portal do Fado

Com dois albúns já gravados, o último dos quais lhe valeu o Prémio Amália Rodrigues para Melhor Albúm em 2008, Pedro Moutinho continua a apostar numa ideia de renovação para o seu Fado, à qual não é alheia a escolha de novos autores para as suas músicas e poemas.

O lançamento do álbum está marcado para 13 de Abril, mas os novos temas puderão ser já ouvidos e apreciados no concerto de 8 de Abril no Cinema S. Jorge em Lisboa.

Portal do Fado - Neste novo disco, declaradamente abraça a tradição e re-inventa-a. Como é possivel re-inventar uma tradição com mais de cem anos?
Pedro Moutinho - Eu não diria que re-invento mas sim que tento trazer um pouco de novidade para o meu fado.

A iniciativa de trazer gente "de fora do fado" como o Rodrigo Leão, significa que o fado deverá evoluir noutras direcções?
Eu acho que não, simplesmente existem vários compositores fora do fado nomeadamente o Rodrigo com os quais eu me identifico muito e é sempre bom haver este desafio tanto para mim como para ele.

A escolha de poetas contemporâneos como a Aldina ou o Pedro Tamen, também não é alheia a esta ideia de evolução ou de renovação pelo menos...
A escolha da Aldina Duarte e do Pedro Tamen tem a ver com poesia e com as palavras que eu tanto gosto e é para mim um enorme prazer cantá-los.

Com este "Copo de Sol", rejeita  a ideia de um fado melancólico e soturno?
Não, o fado para mim é um estado de alma que não só é triste e melancolico como pode ser alegre e positivo, eu sou um pouco dos dois.

Neste disco conta novamente com a colaboração de Carlos Manuel Proença com quem ganhou o Prémio Amália Rodrigues para Melhor Albúm em 2008. Em equipa que ganha não se mexe?
É verdade, e para mim tem sido grande prazer continuar com a produção do Carlos Manuel Proença que muito se tem entregue as este projecto.

Neste disco, Pedro Moutinho conta-nos histórias suas que podiam ser de qualquer um de nós. Este é por isso o seu albúm mais pessoal e biográfico?
Todos os álbuns que gravei marcaram uma fase, este álbum reflecte uma nova etapa da minha vida.

Num dos temas canta "Não estou arrependido". Do que era capaz de se arrepender?
Não me arrependo de nada mesmo, os erros eu consegui aceita-los e crescer com eles.

Sendo oriundo de uma familia de fadistas, como sente e defende essa responsabilidade?
Para mim não é só uma responsabilidade mas também um motivo de orgulho, agora que os defendo sim, até ao fim da minha vida.

Por fim, este "Copo de sol" deve ser servido na intimidade ou com os amigos?
Deve ser servido de preferência na intimidade e com os amigos também...