EnglishPortuguês

João Ferreira Rosa

Fadistas - Actualizado em Outubro 10, 2017
É um dos maiores expoentes do fado tradicional ainda vivos. Monárquico e tradicionalista, seus fados falam da nostalgia de um Portugal já esquecido...

O seu fado mais conhecido será, sem sombra de duvida, o Fado do Embuçado. Composição singular com música do Fado Tradição da cantadeira Alcídia Rodrigues e letra de Gabriel de Oliveira, que é incontornável em qualquer noite ou tertúlia fadista.

 

O tema mais uma vez é o tempo de antigamente e uma curiosa história de um "embuçado" (disfarçado com capote) que todas as noites ia ouvir cantar fados, tendo um dia sido desafiado a revelar-se, eis que se descobre que o embuçado era o Rei de Portugal que após o beija-mão real cantou o fado entre o povo.

 

Em 1965 adquire um espaço, no Beco dos Cortumes, em Alfama, a que chamou a Taverna do Embuçado, que abrindo no ano seguinte, viria a marcar toda uma era do Fado ao longo dos 20 anos que se seguiram, até que Ferreira Rosa deixa a gestão nos anos 80. O espaço, contudo, ainda hoje existe.

 

Nos anos 60 adquire ainda o Palácio Pintéus, no concelho de Loures, que estava praticamente em ruínas e destinado a converter-se num complexo de prédios.

 

Ferreira Rosa recupera o Palácio lutando contra diversos obstáculos burocráticos e administrativos que lhe foram sendo colocados. Nas palavras de João Ferreira-Rosa o Instituto Português do Património Arquitectónico (Ippar) "estragou-lhe" os últimos 30 anos dos 70 que já leva de vida. Abriu o Palácio Pintéus as suas portas ao Público em 2007 e lá se realizam diversos eventos ligados ao fado.

 

É dentro das paredes do Palácio Pintéus que é gravada, em 1996, o 2ª disco de um dos seus mais sublimes trabalhos, "Ontem e Hoje". Ferreira-Rosa (tal como Alfredo Marceneiro, de resto) tem uma certa aversão a estúdios de gravação e à comercialização do fado, preferindo cantar o fado entre amigos, como refere nos versos do Fado Alcochete.

 

Nutre uma especial paixão por Alcochete onde tem vivido nos últimos anos. A esta vila escreveu o fado Alcochete, que costuma cantar no Fado da Balada de Alfredo Marceneiro.

 

Entre 2001 e 2003 amigos e seguidores tiveram ainda a oportunidade de o ouvir regularmente em ciclos de espectáculos organizados no Wonder Bar do Casino do Estoril.

João Ferreira Rosa faleceu no dia 24 de Setembro de 2017. Tinha 80 anos.



Artigos Relacionados


Comentários
+1 #1 Carlos Fragata 2010-06-10 16:11 Tentar, sequer, falar de João Ferreira Rosa, traz lágrimas aos olhos. Um dos últimos de uma estirpe de Autênticos, dos que sempre defenderam "com unhas e dentes" a "religião" do Fado puro e tradicional, dono de um timbre inimitável, destilando sentimento fadista por todos os poros, até na vida do dia a dia.
Deixá-lo cair no esquecimento seria quase um pecado, um crime de "lesa-Magestade!!
Citação
+1 #2 sergio pelarigo 2010-08-19 19:13 Grande SENHOR e AMIGO… Sem duvida o melhor fadista de sempre e dos poucos que me faz sentir orgulho em ser portugues Citação
#3 alberto saraiva 2011-07-31 00:28 Fadista de verdadeira classe,uma voz inimitável, devia ouvir-se mais,pois os seus fados são dos mais autênticos e genuínos. Citação
Voe mais alto com o Directório do Fado!
Não procure mais... está tudo aqui!

Redes Sociais

     

Newsletter

Mantenha-se actualizado com as novidades do Fado.

Portal do Fado

©2006-2024  Todos os direitos reservados.