Amália Rodrigues - Fado
Records - Setembro 10, 2007
Em Novembro de 1982, Amália
Rodrigues publica "Amália Fado", um novo álbum de estúdio em que
revisita o início da sua carreira (anos 40 e 50)
Com produção de João Belchior Viegas e captação de som de
Hugo Ribeiro, o acompanhamento instrumental é da responsabilidade de
José Fontes Rocha e Carlos Gonçalves (guitarra portuguesa), Jorge
Fernando (viola) e Joel Pina (viola baixo).
O disco atinge o 5.º lugar do top de vendas de álbuns compilado pela revista "Música & Som".
Vítor Pavão dos Santos, o grande biógrafo de Amália, comenta assim o disco: «Quem como eu, cresceu ao sol e à chuva destas cantigas, se habituou a cantarolá-las rua fora, vida fora, há-de agora surpreender-se de as reencontrar reinventadas pela voz que com elas se confunde, ignorando os requebros antigos, dando força onde antes havia lamento, com todo o poder do passado ao serviço da criatividade do presente, cantando como sempre as cantou e, ao mesmo tempo, como se nunca as tivesse cantado».
Miguel Esteves Cardoso, já de outra geração, discorre desta maneira: «Com este disco, Amália decidiu ser menina outra vez. Ameninou, e essa meninice amenina-nos também. Mima-mos como uma mãe, e faz-nos filhos, amantes, maridos, pais, irmãos. Faz de nós o que quer, o que nós queremos que ela faça. Faz-nos chorar, rir, saudade, amor.
A cantar claramente as suas canções mais meninas. As antigas que são novinhas, as velhinhas que são as mais recém-nascidas. Porque é que a minha ignóbil geração a perde tanto, perdendo tanto tempo com perdigotos e perdigueiros, roufenhos e roqueiros, quando há a Amália para ganhar? Não a merecemos, não. Isto embora, como geração apenas, nunca a pudéssemos merecer, por muito bem que a quiséssemos e trouxéssemos para dentro de nós. Porque a única coisa que merece a Amália é Portugal-todo, oitocentos anos para trás e para a frente. E nós na pequena parcela que nos calhou dessa infinita temporada, apenas podemos chorar a alegria, de poder tê-la. Tal como ela, lá dentro, na voz, nos tem a todos nós. Este disco da Amália não é apenas um glorioso monumento nacional.
É mais. É uma pequena nação. Sejamos reverentes no modo como ela nos comove. Seja: deixemo-nos comover. Não sejamos cegos na forma como ela nos deslumbra. Seja: deixemo-nos deslumbrar» Miguel Esteves Cardoso
O disco atinge o 5.º lugar do top de vendas de álbuns compilado pela revista "Música & Som".
Vítor Pavão dos Santos, o grande biógrafo de Amália, comenta assim o disco: «Quem como eu, cresceu ao sol e à chuva destas cantigas, se habituou a cantarolá-las rua fora, vida fora, há-de agora surpreender-se de as reencontrar reinventadas pela voz que com elas se confunde, ignorando os requebros antigos, dando força onde antes havia lamento, com todo o poder do passado ao serviço da criatividade do presente, cantando como sempre as cantou e, ao mesmo tempo, como se nunca as tivesse cantado».
Miguel Esteves Cardoso, já de outra geração, discorre desta maneira: «Com este disco, Amália decidiu ser menina outra vez. Ameninou, e essa meninice amenina-nos também. Mima-mos como uma mãe, e faz-nos filhos, amantes, maridos, pais, irmãos. Faz de nós o que quer, o que nós queremos que ela faça. Faz-nos chorar, rir, saudade, amor.
A cantar claramente as suas canções mais meninas. As antigas que são novinhas, as velhinhas que são as mais recém-nascidas. Porque é que a minha ignóbil geração a perde tanto, perdendo tanto tempo com perdigotos e perdigueiros, roufenhos e roqueiros, quando há a Amália para ganhar? Não a merecemos, não. Isto embora, como geração apenas, nunca a pudéssemos merecer, por muito bem que a quiséssemos e trouxéssemos para dentro de nós. Porque a única coisa que merece a Amália é Portugal-todo, oitocentos anos para trás e para a frente. E nós na pequena parcela que nos calhou dessa infinita temporada, apenas podemos chorar a alegria, de poder tê-la. Tal como ela, lá dentro, na voz, nos tem a todos nós. Este disco da Amália não é apenas um glorioso monumento nacional.
É mais. É uma pequena nação. Sejamos reverentes no modo como ela nos comove. Seja: deixemo-nos comover. Não sejamos cegos na forma como ela nos deslumbra. Seja: deixemo-nos deslumbrar» Miguel Esteves Cardoso
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