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Ana Moura leva-nos à conversa sobre o seu último disco

Entrevistas - Outubro 27, 2009
O Portal do Fado foi á conversa com Ana Moura: "O que me move é a intenção de partilhar com o público as experiências que a minha carreira tem proporcionado"...

Ana Moura é já um nome de referência no seio do Fado. A sua carreira não tem conhecido outra coisa que não o sucesso. O seu último disco é já o 4º de originais e sucede ao multi-galardoado "Para além da saudade". As experiências e colaborações "extra-fado" foram, nas palavras da fadista, de extrema importância para a sua determinação profissional e artística.

"Leva-me aos fados", remete-nos inevitavelmente para as Casas de Fado. Acha que é nas Casas de Fado que realmente o Fado acontece ?
As Casas de Fado reúnem condições propícias a que o Fado aconteça, mas como o facto de o Fado acontecer não é algo que se programe isso pode dar-se nos locais mais diversos.

É sabido que uma Casa de Fados para oferecer Fado tem um grande investimento a fazer e consequentemente tem que obter o retorno desse investimento. Acha que o negócio das casas de Fado de alguma forma pode ofuscar a alma e a pureza do Fado?
Não. Durante muitos anos houve alguma desatenção da comunicação social em relação ao Fado e foram estes espaços que fizeram com que o Fado continuasse a ter exposição. Não vejo nenhuma razão para que todo o trabalho que é feito para rentabilizar as Casas de Fado possa interferir na essência da música.

A Ana Moura começou nas Casa de Fado. Como é dar o salto para os discos e para os palcos? O que é que mudou se é que algo mudou?
Quer as Casas de fado, os palcos ou gravar um disco são desafios diferentes. Cada um possui o seu encanto. E todos juntos contribuem para construir a minha personalidade artística.

A chamada de gente conhecida da música, mas não estritamente ligada ao fado, como o Tozé Brito ou Os Gaiteiros de Lisboa, por exemplo, pressupõe que o fado deve seguir novos rumos?
No meu caso concreto, estas parcerias têm surgido de forma absolutamente espontânea e natural. Não há uma preocupação de traçar novos rumos para o Fado. O que me move é a intenção de partilhar com o público as experiências que a minha carreira me tem proporcionado e o contacto com músicos de diferentes áreas.

O Jorge Fernando invariavelmente, colabora neste disco. É uma presença que já não pode ser dispensada?
É uma presença que sempre fez sentido e que muito me orgulha.

O êxito alcançado pelo anterior disco "Para além da saudade", trouxe uma responsabilidade e um cuidado acrescidos para este disco?
Não na construção do disco, por isso não houve pressão alguma, mas no final da gravação houve uma vontade de comparar e de perceber se este novo registo mantinha a bitola do anterior. Posso dizer que, após esta comparação, ficámos todos muito agradados com o “Leva-me Aos Fados”!

O que podemos encontrar neste trabalho que não encontramos no anterior? Houve evolução na forma como encara o fado e de modo geral o seu trabalho?
Há uma maior maturidade proveniente da experiência acumulada pelas digressões que tenho feito. No início o trabalho de estúdio causava-me algum desconforto, mas com este disco senti que já me movo com muito maior facilidade nas gravações. Isso deixa-me feliz.

Este disco terá também digressões no estrangeiro. Que diferenças nota nas actuações lá fora e nas actuações cá dentro? Qual a reacção do público?
Cada país representa uma nova aventura. As pessoas reagem de forma muito diferente conforme as culturas dos diferentes locais. Porém, o que sinto sempre é um enorme carinho por parte do público pela música portuguesa e, consequentemente, por mim. Desejo que este novo disco chegue a muitos países e que eu o possa mostrar um pouco por todo o lado. Deixa-me muito feliz poder divulgar a nossa cultura, a nossa música e os nossos poetas.

Recentemente uma notícia publicada num jornal apontava a Ana Moura como a preferida do público para sucessora de Amália Rodrigues. Como reage a esse facto?
É uma enorme alegria e responsabilidade, mas o essencial é eu conseguir traçar o meu próprio caminho, obviamente sempre com imenso respeito pela memória e pelo legado de Amália Rodrigues. Felizmente, que há neste momento pessoas com personalidades muito distintas no Fado.
Portal do Fado


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