Fado, vida e obra do poeta Carlos Conde
Books - Janeiro 25, 2010
Começou por
escrever letras em cegadas, mas o seu talento acabou por ser
reconhecido, aparecendo regularmente na imprensa da época, sobretudo a
especializada, quer em entrevistas quer em artigos assinados pelo
próprio.
O fado foi a sua grande paixão. Apesar de não ser adepto de grandes noitadas, frequentava as mais importantes casas típicas do seu tempo. Escreveu largas centenas de letras que integraram o reportório de alguns dos mais importantes fadistas: Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Ercília Costa, Argentina Santos, Fernando Maurício, João Ferreira Rosa, Lucília do Carmo, Fernanda Maria, Frutuoso França, Maria Amélia Proença, Carlos do Carmo, Maria da Fé ou Alcindo Carvalho, entre outros.
As letras de Carlos do Conde contam por vezes histórias de um tempo ausente. Uma função que se revelou essencial para a preservação da memória de lugares, personagens e acontecimentos ligados ao fado. Outras são retratos de época, pequenos episódios corriqueiros do dia-a-dia que se não fossem os seus fados ficariam esquecidos. O seu talento foi reconhecido em vida, com mais de uma vintena de prémios. O primeiro foi em 1927, no concurso de quadras do Diário de Lisboa. Seguiram-se muitos outros, sobretudo nos então muito frequentes jogos florais.
Além do enorme património do fado que são as suas letras, Carlos Conde deixou descendência. Um dos seus netos, Vítor Conde, é fadista, e um bisneto, Paulo Conde, já publicou dois livros dedicados à sua vida e obra, entre os quais se encontra este.