Carlos Conde
Letristas - Actualizado em Outubro 18, 2010
Poeta popular português, nasceu a 22 de Novembro de 1901, no Lugar do
Monte na Murtosa (Aveiro), e faleceu a 13 de Julho de 1981, em Lisboa.
É considerado um dos maiores letristas de fado de todos os tempos. Ainda criança veio morar para Lisboa. Casou, em 1936, com Laura dos Santos e o casal teve três filhas. Mas uma tragédia abateu-se sobre a família: duas delas morreram por doença, o que, naturalmente, o transtornou muitíssimo. Carlos Conde viveu bem a cidade. Começou por escrever letras em cegadas, mas o seu talento acabou por ser reconhecido, aparecendo regularmente na imprensa da época, sobretudo a especializada, quer em entrevistas quer em artigos assinados pelo próprio. O fado foi a sua grande paixão.
Apesar de não ser adepto de grandes noitadas, frequentava as mais importantes casas típicas do seu tempo. Lugares como Perna de Pau, A Parreirinha de Alfama, O Faia, Adega Mesquita, Adega Machado, A Tipóia, o Café Luso ou o Quebra-Bilhas. E escreveu largas centenas de letras que integraram o reportório de alguns dos mais importantes fadistas: Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Ercília Costa, Argentina Santos, Fernando Maurício, João Ferreira Rosa, Lucília do Carmo, Fernanda Maria, Frutuoso França, Maria Amélia Proença, Carlos do Carmo, Maria da Fé ou Alcindo Carvalho, entre outros. Aliás, alguns destes fadistas foram homenageados por Carlos do Conde no conjunto de quadras com os seus nomes, publicada na revista Plateia.
Entre as muitas letras de fado que Carlos do Conde escreveu, algumas tornaram-se autênticos clássicos, que se ouvem regularmente nas casas do fado. Entre outras, "Não Passes com Ela à Minha Rua", "Fado da Bica", "Feira da Ladra", "Sótão da Amendoeira", "Saudades do fado" ou "A Saudade é Minha". As letras de Carlos do Conde contam por vezes histórias de um tempo ausente. Uma função que se revelou essencial para a preservação da memória de lugares, personagens e acontecimentos ligados ao fado. Outras são retratos de época, pequenos episódios corriqueiros do dia-a-dia que se não fossem os seus fados ficariam esquecidos. O seu talento foi reconhecido em vida, com mais de uma vintena de prémios. O primeiro foi em 1927, no concurso de quadras do Diário de Lisboa.
Seguiram-se muitos outros, sobretudo nos então muito frequentes jogos florais. Em 1958, quando completou 50 anos, foram-lhe prestadas diversas homenagens, em festas no Café Luso, Adega Mesquita e no Grupo Desportivo do Banco Espírito Santo. Em 1972, Carlos Conde sofreu, pela segunda vez, um acidente vascular cerebral, que lhe deixou uma das pernas imóvel. Contudo só viria a morrer nove anos mais tarde e de forma muito mais drástica: estava numa esplanada em Campolide, com dois amigos, quando um automóvel invadiu o passeio e os atingiu.
No poema, Fadistas Rezai por Mim, deixa uma espécie de testamento: "Deixo ao fado o meu carinho / p'ra que ele não tenha fim / Guitarras, trinai baixinho, / Fadistas, rezai por mim." Além do enorme património do fado que são as suas letras, Carlos Conde deixou descendência. Um dos seus netos, Vítor Conde, é fadista, e um bisneto, Paulo Conde, já publicou dois livros dedicados à sua vida e obra.
Apesar de não ser adepto de grandes noitadas, frequentava as mais importantes casas típicas do seu tempo. Lugares como Perna de Pau, A Parreirinha de Alfama, O Faia, Adega Mesquita, Adega Machado, A Tipóia, o Café Luso ou o Quebra-Bilhas. E escreveu largas centenas de letras que integraram o reportório de alguns dos mais importantes fadistas: Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Ercília Costa, Argentina Santos, Fernando Maurício, João Ferreira Rosa, Lucília do Carmo, Fernanda Maria, Frutuoso França, Maria Amélia Proença, Carlos do Carmo, Maria da Fé ou Alcindo Carvalho, entre outros. Aliás, alguns destes fadistas foram homenageados por Carlos do Conde no conjunto de quadras com os seus nomes, publicada na revista Plateia.
Entre as muitas letras de fado que Carlos do Conde escreveu, algumas tornaram-se autênticos clássicos, que se ouvem regularmente nas casas do fado. Entre outras, "Não Passes com Ela à Minha Rua", "Fado da Bica", "Feira da Ladra", "Sótão da Amendoeira", "Saudades do fado" ou "A Saudade é Minha". As letras de Carlos do Conde contam por vezes histórias de um tempo ausente. Uma função que se revelou essencial para a preservação da memória de lugares, personagens e acontecimentos ligados ao fado. Outras são retratos de época, pequenos episódios corriqueiros do dia-a-dia que se não fossem os seus fados ficariam esquecidos. O seu talento foi reconhecido em vida, com mais de uma vintena de prémios. O primeiro foi em 1927, no concurso de quadras do Diário de Lisboa.
Seguiram-se muitos outros, sobretudo nos então muito frequentes jogos florais. Em 1958, quando completou 50 anos, foram-lhe prestadas diversas homenagens, em festas no Café Luso, Adega Mesquita e no Grupo Desportivo do Banco Espírito Santo. Em 1972, Carlos Conde sofreu, pela segunda vez, um acidente vascular cerebral, que lhe deixou uma das pernas imóvel. Contudo só viria a morrer nove anos mais tarde e de forma muito mais drástica: estava numa esplanada em Campolide, com dois amigos, quando um automóvel invadiu o passeio e os atingiu.
No poema, Fadistas Rezai por Mim, deixa uma espécie de testamento: "Deixo ao fado o meu carinho / p'ra que ele não tenha fim / Guitarras, trinai baixinho, / Fadistas, rezai por mim." Além do enorme património do fado que são as suas letras, Carlos Conde deixou descendência. Um dos seus netos, Vítor Conde, é fadista, e um bisneto, Paulo Conde, já publicou dois livros dedicados à sua vida e obra.
Diciopédia
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obrigada
Lurdes Citação