Diz a tradição - o ritual das casas de fado
Apagam-se as luzes. A sala fica iluminada apenas pelos candeeiros de parede com tons vermelho e mostarda.
Aos poucos os ânimos acalmam-se, o som do burburinho desce e soam as primeiras notas da guitarra. Os olhos ávidos do público erguem-se expectantes: “A Júlia Florista, boémia e fadista, diz a tradição”…
Nas Casas de Fado, sejam elas mais formais ou informais, há certas tradições que sempre se cumprem. A meia-luz é indispensável e dá o mote para que o espectáculo comece. Quem assiste, já sabe que é altura de ficar calado. “ “O silêncio é obrigatório. Se não houver silêncio, não há fado.” “ Diz-nos António Marcial, fadista e amante de fado desde os sete anos de idade.
Antes da actuação há fadistas que se benzem, outros que simplesmente trazem consigo uma cruz ao pescoço. António Grou, fadista e organizador de espectáculos, explica que “ “normalmente os fadistas estão ligados à religião católica, embora também possam não sê-lo”. Em programas de muita responsabilidade, antes de entrar em palco, peço a Deus que me proteja”. “
As fadistas cumprem a tradição de usar saia e xaile. Sara Rocha, fadista residente na Esplanada da Mouraria, sente o fado e estremece com ele, apertando a ponta do xaile na mão direita. Em alturas de maior sentimento, ergue o queixo e fecha os olhos. As suas mãos traduzem o sentir de uma emoção que cresce e, antes das últimas notas da guitarra, faz o xaile esvoaçar e bate o pé, como que por instinto.
Os Padrinhos de Fado são outra tradição ainda viva. O ritual do baptismo cumpre-se no palco. O fadista profissional chama alguém para a sua primeira actuação em público. No caso das senhoras, a madrinha oferece o seu xaile à afilhada em sinal de homenagem. Este é um orgulho para muitos fadistas chegando alguns a identificar-se pelo nome do seu padrinho de Fado.
O fado é um espectáculo de sentir e de sentidos. Para muitos, o ritual só fica completo quando iluminado pelo fogo e cheiro do chouriço assado. O caldo verde fumega na tigela e, antes das palmas, solta-se um “Ah, fadista!”. “
Nas Casas de Fado, sejam elas mais formais ou informais, há certas tradições que sempre se cumprem. A meia-luz é indispensável e dá o mote para que o espectáculo comece. Quem assiste, já sabe que é altura de ficar calado. “ “O silêncio é obrigatório. Se não houver silêncio, não há fado.” “ Diz-nos António Marcial, fadista e amante de fado desde os sete anos de idade.
Antes da actuação há fadistas que se benzem, outros que simplesmente trazem consigo uma cruz ao pescoço. António Grou, fadista e organizador de espectáculos, explica que “ “normalmente os fadistas estão ligados à religião católica, embora também possam não sê-lo”. Em programas de muita responsabilidade, antes de entrar em palco, peço a Deus que me proteja”. “
As fadistas cumprem a tradição de usar saia e xaile. Sara Rocha, fadista residente na Esplanada da Mouraria, sente o fado e estremece com ele, apertando a ponta do xaile na mão direita. Em alturas de maior sentimento, ergue o queixo e fecha os olhos. As suas mãos traduzem o sentir de uma emoção que cresce e, antes das últimas notas da guitarra, faz o xaile esvoaçar e bate o pé, como que por instinto.
Os Padrinhos de Fado são outra tradição ainda viva. O ritual do baptismo cumpre-se no palco. O fadista profissional chama alguém para a sua primeira actuação em público. No caso das senhoras, a madrinha oferece o seu xaile à afilhada em sinal de homenagem. Este é um orgulho para muitos fadistas chegando alguns a identificar-se pelo nome do seu padrinho de Fado.
O fado é um espectáculo de sentir e de sentidos. Para muitos, o ritual só fica completo quando iluminado pelo fogo e cheiro do chouriço assado. O caldo verde fumega na tigela e, antes das palmas, solta-se um “Ah, fadista!”. “
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