Tony de Matos
Fadistas - Actualizado em Janeiro 04, 2011
Aquele que viria a ser uma das mais carismáticas figuras da noite lisboeta nasceu filho do Porto, em 1924.
António Maria de Matos, Tony de Matos para a posteridade.
Filho de artistas da companhia teatral itinerante de Rafael de Oliveira, desde cedo começou a lidar com os palcos. A oposição paterna vai contrariar, contudo, o gosto que o jovem tem pelas cantigas. "Cantar só se fosse na rua, porque meu pai não queria, de modo algum, que eu seguisse a carreira de artista", dirá mais tarde.
O seu primeiro trabalho no mundo artístico não será mais que o desempenho das funções de ponto na referida companhia. Mas o desejo de cantar leva-o a Lisboa onde, a pretexto de um trabalho burocrático, se inicia no mundo das cantigas, passando no exame da Emissora Nacional.
Mas logo regressa ao convívio de seus pais e, uma noite, numa verbena, decide-se a cantar o fado. Causa espanto. Levado ao Café Luso, encantará tudo e todos e ficará a actuar, logo ali, dez noites por mês, com um salário de 50 escudos por noite. Tem 24 anos. Permanecerá dois anos no Luso, que só abandonará pelos espectáculos publicitários APA e o Comboio das Seis e Meia, de
José Castelo e Igrejas Caeiro.
Ganhando crescente popularidade graças a estes programas e aos Serões da Emissora Nacional, Tony de Matos estreia-se em 1952 no teatro de revista, primeiro em Cantigas Ó Rosa e, depois, em Saias Curtas. No ano seguinte será a vez do Brasil, primeira estada que durará seis meses. Após uma visita a Portugal, marcada por digressões diversas que incluíram África e a ĺndia Portuguesa, o cantor regressa ao Brasil, onde ficará por longos seis anos, actuando na rádio, na televisão, e sendo proprietário de "O Fado", pelo qual passaram, como espectadores, alguns dos nomes maiores do panorama artístico e literário do Rio de Janeiro. Mas 1963 marca a segunda e mais marcante fase da sua carreira, com o regresso a Portugal, cantando já fora do âmbito restrito do fado, alargando o seu repertório para a canção romântica.
E é neste estilo que Tony de Matos vai encontrar o seu lugar único, a ponto de ser considerado o cantor romântico por excelência, o intérprete de charme que viria a ser admirado e por gerações sucessivas, incluindo alguns sectores da crítica dos anos oitenta, que o consideram percursor de algumas das linhas de força da música ligeira moderna. O regresso do "cantor da voz romântica", designação inventada por Natália Correia, deve-se, em grande parte, ao sucesso de Só Nós Dois e Lado a Lado, canções que vão explodir nas rádios portuguesas. Liquida os negócios no Brasil e nunca mais voltará. Ficou célebre o seu espectáculo num Pavilhão dos Desportos completamente cheio, em 1964. Estreia-se no cinema em A Canção da Saudade (1964) de Henrique Campos, sendo ainda protagonista em Rapazes de Táxis (1965) de Constantino Esteves, O Destino Marca a Hora de Henrique Campos e Derrapagem (1972).
Após o 25 de Abril, conotado com o nacional-cançonetismo, prossegue a sua profissão junto das comunidades de emigrantes no estrangeiro. A sua carreira conhecerá um novo renascimento a partir de 1985, ano em que Vitorino Salomé o convida para cantar a seu lado no Coliseu. De novo os discos e um espectáculo próprio no Coliseu vão coroar a vida do grande intérprete, do "cantor de charme", como gostava de se intitular.
Filho de artistas da companhia teatral itinerante de Rafael de Oliveira, desde cedo começou a lidar com os palcos. A oposição paterna vai contrariar, contudo, o gosto que o jovem tem pelas cantigas. "Cantar só se fosse na rua, porque meu pai não queria, de modo algum, que eu seguisse a carreira de artista", dirá mais tarde.
O seu primeiro trabalho no mundo artístico não será mais que o desempenho das funções de ponto na referida companhia. Mas o desejo de cantar leva-o a Lisboa onde, a pretexto de um trabalho burocrático, se inicia no mundo das cantigas, passando no exame da Emissora Nacional.
Mas logo regressa ao convívio de seus pais e, uma noite, numa verbena, decide-se a cantar o fado. Causa espanto. Levado ao Café Luso, encantará tudo e todos e ficará a actuar, logo ali, dez noites por mês, com um salário de 50 escudos por noite. Tem 24 anos. Permanecerá dois anos no Luso, que só abandonará pelos espectáculos publicitários APA e o Comboio das Seis e Meia, de
José Castelo e Igrejas Caeiro.
Ganhando crescente popularidade graças a estes programas e aos Serões da Emissora Nacional, Tony de Matos estreia-se em 1952 no teatro de revista, primeiro em Cantigas Ó Rosa e, depois, em Saias Curtas. No ano seguinte será a vez do Brasil, primeira estada que durará seis meses. Após uma visita a Portugal, marcada por digressões diversas que incluíram África e a ĺndia Portuguesa, o cantor regressa ao Brasil, onde ficará por longos seis anos, actuando na rádio, na televisão, e sendo proprietário de "O Fado", pelo qual passaram, como espectadores, alguns dos nomes maiores do panorama artístico e literário do Rio de Janeiro. Mas 1963 marca a segunda e mais marcante fase da sua carreira, com o regresso a Portugal, cantando já fora do âmbito restrito do fado, alargando o seu repertório para a canção romântica.
E é neste estilo que Tony de Matos vai encontrar o seu lugar único, a ponto de ser considerado o cantor romântico por excelência, o intérprete de charme que viria a ser admirado e por gerações sucessivas, incluindo alguns sectores da crítica dos anos oitenta, que o consideram percursor de algumas das linhas de força da música ligeira moderna. O regresso do "cantor da voz romântica", designação inventada por Natália Correia, deve-se, em grande parte, ao sucesso de Só Nós Dois e Lado a Lado, canções que vão explodir nas rádios portuguesas. Liquida os negócios no Brasil e nunca mais voltará. Ficou célebre o seu espectáculo num Pavilhão dos Desportos completamente cheio, em 1964. Estreia-se no cinema em A Canção da Saudade (1964) de Henrique Campos, sendo ainda protagonista em Rapazes de Táxis (1965) de Constantino Esteves, O Destino Marca a Hora de Henrique Campos e Derrapagem (1972).
Após o 25 de Abril, conotado com o nacional-cançonetismo, prossegue a sua profissão junto das comunidades de emigrantes no estrangeiro. A sua carreira conhecerá um novo renascimento a partir de 1985, ano em que Vitorino Salomé o convida para cantar a seu lado no Coliseu. De novo os discos e um espectáculo próprio no Coliseu vão coroar a vida do grande intérprete, do "cantor de charme", como gostava de se intitular.
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