Mariana Silva
Fadistas - Actualizado em Agosto 20, 2021
As suas tendências artísticas revelaram-se muito cedo e, entre os 5 e os 12 anos, trabalhou como trapezista e contorcionista no Circo Transmontano. Ainda na infância foi notória a sua vocação de cantadeira, fazendo a sua estreia nos palcos da União Artística e do Salão Monumental com apenas 10 anos. Nesta altura ficou conhecida como “a miúda do Alto do Pina”. Este título continuou a ser utilizado em cartazes promocionais dos espectáculos em que participava, como podemos comprovar por um evento no Mercado da Ericeira, realizado a 2 de Outubro de 1948, onde se lê por baixo do seu nome: “a conhecida miúda do Alto do Pina, possuidora da mais linda voz fadista”. Rapidamente a jovem Mariana Silva seguiu o caminho da profissionalização, sendo contratada pelo empresário José Miguel.
A sua popularidade é de tal forma grande que é presença na capa do jornal “Ecos de Portugal”, datado de 1 de Maio de 1948, onde se revela que apesar de não ter “ainda cartão profissional, devido à sua idade, pois conta apenas 14 anos. Está contudo autorizada pela Inspecção Geral dos Espectáculos a cantar”. Esta era uma autorização excepcionalmente dada e acompanhada da restrição de permanecer apenas nas casas e palcos de espectáculo até às 23 horas. Também simbólico do grande agrado e apreciação que o público lhe retribuía em aplausos é a criação de uma Taça Mariana Silva “atribuída à cantadeira que obtenha mais aplausos”, num espectáculo do Grupo Desportivo Calhariz de Benfica, realizado a 4 de Fevereiro de 1950.
Em 1952, Mariana Silva ganhou o título de Rainha do Fado Menor, num concurso levado a cabo no Teatro Apolo, destacando-se pela sua forma particular de estilar e interpretar o fado. No final da década de 1960, na rubrica Galarim da Semana da revista “Plateia”, o poeta Carlos Conde dedicou-lhe as seguintes quadras: “Voz que ao Fado sabe dar O que o Fado deve ter: - O Estilo de bem cantar E a arte de bem dizer! Ternura, fé, vibração, Tudo nela se condensa; Impõe-se pela expressão E marca pela presença! Porque a cantar honra o Fado, Só por isso a Mariana Tem hoje lugar marcado No «Galarim da Semana»!” Ao longo da sua vasta carreira Mariana Silva actuou e fez parte dos elencos permanentes das mais conceituadas casas de Fado, como o Retiro dos Marialvas, Solar do Marceneiro, Adega Patrício, Adega Mesquita, Adega Machado, Lisboa à Noite, Forcado, Tipóia, Timpanas, Viela, Parreirinha de Alfama ou Márcia Condessa.
A fadista realizou também algumas deslocações para espectáculos no estrangeiro, actuando em países como a França, a Bélgica, a Alemanha e a Holanda. Com cerca de 16 anos gravou o seu primeiro disco para a editora Estoril de Manuel Simões e, posteriormente, editou trabalhos discográficos por diversas editoras como a Rapsódia, a Alvorada ou a Orfeu. Do repertório desta fadista fazem parte grandes temas como a “Erva da Rua”, de João Linhares Barbosa e Jaime Santos; “A Minha Sina”, de Henrique Rego e Alfredo Marceneiro; “A Sina das Marianas”, de João Linhares Barbosa e José António Sabrosa; “Santa Mãe”, de João Linhares Barbosa e Alfredo Marceneiro, ou “Amar Não É Pecado”, de autoria de Moita Girão e Pedro Rodrigues.
Lamentavelmente os seus discos não conheceram ainda reedições em formato CD, podendo apenas encontrar-se, na Colecção “Fados do Fado” da Movieplay, um disco com algumas das gravações que fez para as editoras Alvorada e Orfeu. Nesta mesma colecção, mas no volume dedicado às “Desgarradas”, é possível escutar os temas: “Estava Apenas a Brincar” e “Devaneios ao Serão”, temas em dueto com Armando Morais; “Maria Não Adivinhas” e “Desgarrada”, faixas em dueto com Manuel Fernandes; e ainda “”O Fado E… Elas”, onde Mariana Silva canta com Filipe Duarte e Maria Amélia Proença. Mariana Silva retirou-se da vida artística em 1999, deixando nessa data o elenco da casa de Fado de Argentina Santos, a Parreirinha de Alfama.
Mariana Silva faleceu no dia 19 de Agosto de 2021 em Lisboa. Tinha 87 anos.
A sua popularidade é de tal forma grande que é presença na capa do jornal “Ecos de Portugal”, datado de 1 de Maio de 1948, onde se revela que apesar de não ter “ainda cartão profissional, devido à sua idade, pois conta apenas 14 anos. Está contudo autorizada pela Inspecção Geral dos Espectáculos a cantar”. Esta era uma autorização excepcionalmente dada e acompanhada da restrição de permanecer apenas nas casas e palcos de espectáculo até às 23 horas. Também simbólico do grande agrado e apreciação que o público lhe retribuía em aplausos é a criação de uma Taça Mariana Silva “atribuída à cantadeira que obtenha mais aplausos”, num espectáculo do Grupo Desportivo Calhariz de Benfica, realizado a 4 de Fevereiro de 1950.
Em 1952, Mariana Silva ganhou o título de Rainha do Fado Menor, num concurso levado a cabo no Teatro Apolo, destacando-se pela sua forma particular de estilar e interpretar o fado. No final da década de 1960, na rubrica Galarim da Semana da revista “Plateia”, o poeta Carlos Conde dedicou-lhe as seguintes quadras: “Voz que ao Fado sabe dar O que o Fado deve ter: - O Estilo de bem cantar E a arte de bem dizer! Ternura, fé, vibração, Tudo nela se condensa; Impõe-se pela expressão E marca pela presença! Porque a cantar honra o Fado, Só por isso a Mariana Tem hoje lugar marcado No «Galarim da Semana»!” Ao longo da sua vasta carreira Mariana Silva actuou e fez parte dos elencos permanentes das mais conceituadas casas de Fado, como o Retiro dos Marialvas, Solar do Marceneiro, Adega Patrício, Adega Mesquita, Adega Machado, Lisboa à Noite, Forcado, Tipóia, Timpanas, Viela, Parreirinha de Alfama ou Márcia Condessa.
A fadista realizou também algumas deslocações para espectáculos no estrangeiro, actuando em países como a França, a Bélgica, a Alemanha e a Holanda. Com cerca de 16 anos gravou o seu primeiro disco para a editora Estoril de Manuel Simões e, posteriormente, editou trabalhos discográficos por diversas editoras como a Rapsódia, a Alvorada ou a Orfeu. Do repertório desta fadista fazem parte grandes temas como a “Erva da Rua”, de João Linhares Barbosa e Jaime Santos; “A Minha Sina”, de Henrique Rego e Alfredo Marceneiro; “A Sina das Marianas”, de João Linhares Barbosa e José António Sabrosa; “Santa Mãe”, de João Linhares Barbosa e Alfredo Marceneiro, ou “Amar Não É Pecado”, de autoria de Moita Girão e Pedro Rodrigues.
Lamentavelmente os seus discos não conheceram ainda reedições em formato CD, podendo apenas encontrar-se, na Colecção “Fados do Fado” da Movieplay, um disco com algumas das gravações que fez para as editoras Alvorada e Orfeu. Nesta mesma colecção, mas no volume dedicado às “Desgarradas”, é possível escutar os temas: “Estava Apenas a Brincar” e “Devaneios ao Serão”, temas em dueto com Armando Morais; “Maria Não Adivinhas” e “Desgarrada”, faixas em dueto com Manuel Fernandes; e ainda “”O Fado E… Elas”, onde Mariana Silva canta com Filipe Duarte e Maria Amélia Proença. Mariana Silva retirou-se da vida artística em 1999, deixando nessa data o elenco da casa de Fado de Argentina Santos, a Parreirinha de Alfama.
Mariana Silva faleceu no dia 19 de Agosto de 2021 em Lisboa. Tinha 87 anos.
Artigos Relacionados
Comentar