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Katia Guerreiro - Nas mãos do Fado

Discos - Março 26, 2007
Ocarina / 2003
Gosto destas aves migratórias que cantam com alma a alma dos nossos mais geniais poetas. Gosto destas vozes de menina, com asas, endoidecidas. A chamada nova geração de fadistas. A métrica dos versos, a raiva lusitana, gosto de as sentir.

Gosto que me arrepiem mostrando como se sente. E do mar, sempre o mar em tão profunda voz de cio.

Katia Guerreiro, cor de fadista, sorriso de sensibilidade, menina de “sentimentos estranhos”, salgados. Do Sentir português com cordas: vocais, da guitarra. E da «noite [que] tem segredos que dizem coisas que não sou capaz». Das palavras que vêm das mais límpidas fontes: António Lobo Antunes (muitos dos seus deliciosos uivos), Ana Vidal, Florbela Espanca, Ary dos Santos, Luís Vaz de Camões, Maria Luisa Baptista, Amália Rodrigues.

Vidas-palavra, inventores de tons para o vermelho da bandeira nacional. Mas há também a genialidade de Segredos, musicada e escrita por Paulo Valentim (homem das mãos, homem que encanta com a sua guitarra portuguesa): «meu amor, porque me prendes?/ meu amor, tu não entendes?/ eu nasci p’ra ser gaivota./ meu amor, não desesperes/ meu amor, quando me queres/ fico sem rumo e sem rota.». Há uma versão de O que fôr há-de ser de Dulce Pontes e há palavras bonitas da doce Katia: «mas não quero que o meu medo/ seja tanto este negredo,/ ou que esconda o meu caminho,/ que eu procuro e não encontro/ aquele que li num conto/ serás tu... principezinho?».

Gosto de fado puro, que as palavras saiam do peito com medo e urgência. Gosto que as nossas guitarras brinquem com as palavras dos nossos trovadores (a poesia, tão pura, no carrossel das guitarras, do amor).
E gosto da tua voz de flor, Katia. E de ti. Por seres tudo isto.


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