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Conservatório encantado ao som de Pedro Jóia

Concertos - Fevereiro 18, 2012
Noutros tempos aluno desta mesma instituição, Pedro Jóia voltou na noite de ontem, 17 de Fevereiro, a subir ao palco do Salão Nobre do Conservatório Nacional de Lisboa agora para ser a figura de proa de um concerto que de certo ficou na memória da numerosa plateia presente.

Tendo Ricardo Ribeiro como convidado especial, o guitarrista vencedor do Prémio Carlos Paredes 2008 entrou sozinho em cena poucos minutos antes das 22:00.

Bastou ouvir os primeiros acordes da guitarra da Pedro Jóia para se tornar fácil adivinhar que esta seria de facto uma grande noite musical. Num tom marcado por uma alegre melancolia, o guitarrista português começou por interpretar algumas peças da autoria de Armandinho, incontornável figura do fado.

Com uma denunciada paixão por uma arte que lhe parece estar no sangue, Pedro Jóia mudou logo de seguida de registo, oscilando entre os tangos de Carlos Gardel, os flamencos de Vicente Amigo e até uma ou outra valsa. Mesmo perante as variações técnicas que tão diferentes estilos exigem, o já mundialmente famoso artista lisboeta mostrou estar à altura do desafio fazendo chorar a sua guitarra como se de uma voz humana se tratasse, manobrando-a com uma destreza e o requinte ao alcance apenas dos mais prodigiosos.

Já decorridos cerca de 30 minutos de espectáculo, Pedro Jóia chamou ao palco o seu convidado Ricardo Ribeiro para juntos darem continuidade à actuação. E a verdade é que o fadista não podia ter começado melhor. A interpretação de “Entrega”, fado com letra de Pedro Homem de Melo e música de Carlos Gonçalves, teve tanto de emotivo como de sensacional, muito por conta da forma como Ricardo Ribeiro se entregou ao poema, como se este lhe saísse directamente da alma.

Depois de mais dois fados tradicionais se terem feito ouvir nesta belíssima sala de espectáculos, ouve ainda tempo para os dois músicos portugueses darem vida a mais um tema de Carlos Gardel e ainda uma canção oriunda do folclore beirão intitulada “Covilhã cidade neve”, ambos cantados com a mesma expressividade e enorme capacidade de propagação da voz de Ricardo Ribeiro que mesmo sem o recurso a microfones se fez ouvir em todo o seu esplendor.

Consumada uma breve homenagem ao eterno Carlos Paredes, Pedro Jóia e Ricardo Ribeiro abandonaram o palco perante uma plateia que os aplaudia de pé. Inserido no ciclo de concertos “Le Foyer” promovidos pelo Conservatório Nacional de Lisboa, este foi acima de tudo um espectáculo que valeu pelo encanto transmitido por dois dos maiores intérpretes do panorama musical português da actualidade.Diogo Taborda

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