Raquel Tavares - Raquel Tavares
Discos - Maio 03, 2007
Há dias assim. Assim... bonitos, que se tornam inesquecíveis quando se destapa a paixão.
Depois é vê-la erguer-se em desvario a riscar o horizonte em traços esguios de um fulgor cristalino. Derrete-se o olhar vespertino, encerra-se num beijo arrebatado... não há palpitar que não se sinta, rubor que não encandesça.
É nos recantos do tempo que a saudade se sente, nas recordações que o amor se arrepende. Não há como descansar os olhos no horizonte longínquo, e percorrê-lo em trajectória geometricamente perfeita. Agita-se o lápis perante a candura do papel, afinal é já de mel o tom buliçoso do azul do mar.
Raquel Tavares, é desenho que salta á vista. Daqueles muito coloridos que facilmente nos desviam o olhar, lhe tomam a rédea e nos mergulham em poço sem fundo onde as palavras flutuam em rimas de côr e os sons se entrelaçam em laivos ternos e apaixonados. É nesse instante fugaz que nos salta a voz ao coração, a lógica deixa de fazer sentido e o pensamento mais não é que olhos e ouvidos embevecidos.
Outra coisa que não esta sensação de fantasia, seria de esperar da menina que, ainda muito menina, encantou corações desprevenidos ao vencer a Grande Noite do Fado em 1997. Riscava-se assim o primeiro traço de um desenho que ainda hoje se prolonga sublime. O fado de Raquel Tavares é de algodão doce, suave como o gesto da água que amolece a rigidez da pastilha e se tranforma em delicada aguarela.
Desenha-se em tons de paixão enrubescida alinhavados pela cumplicidade latente da guitarra de Custódio Castelo, «As palavras entrançadas nas linhas desse papel, Enleiam-me o coração num fio de mel, E adoçam a guitarra dos sentidos, Que embala a minha voz em tons gemidos».
Este disco de estreia de Raquel Tavares respira maturidade, revela-se prometedor, flutua na leve sensação de inquietação que normalmente antecede o despontar das coisas boas. Ouvi-lo, será certamente uma delas.
É nos recantos do tempo que a saudade se sente, nas recordações que o amor se arrepende. Não há como descansar os olhos no horizonte longínquo, e percorrê-lo em trajectória geometricamente perfeita. Agita-se o lápis perante a candura do papel, afinal é já de mel o tom buliçoso do azul do mar.
Raquel Tavares, é desenho que salta á vista. Daqueles muito coloridos que facilmente nos desviam o olhar, lhe tomam a rédea e nos mergulham em poço sem fundo onde as palavras flutuam em rimas de côr e os sons se entrelaçam em laivos ternos e apaixonados. É nesse instante fugaz que nos salta a voz ao coração, a lógica deixa de fazer sentido e o pensamento mais não é que olhos e ouvidos embevecidos.
Outra coisa que não esta sensação de fantasia, seria de esperar da menina que, ainda muito menina, encantou corações desprevenidos ao vencer a Grande Noite do Fado em 1997. Riscava-se assim o primeiro traço de um desenho que ainda hoje se prolonga sublime. O fado de Raquel Tavares é de algodão doce, suave como o gesto da água que amolece a rigidez da pastilha e se tranforma em delicada aguarela.
Desenha-se em tons de paixão enrubescida alinhavados pela cumplicidade latente da guitarra de Custódio Castelo, «As palavras entrançadas nas linhas desse papel, Enleiam-me o coração num fio de mel, E adoçam a guitarra dos sentidos, Que embala a minha voz em tons gemidos».
Este disco de estreia de Raquel Tavares respira maturidade, revela-se prometedor, flutua na leve sensação de inquietação que normalmente antecede o despontar das coisas boas. Ouvi-lo, será certamente uma delas.
Sérgio Miranda
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