Fado de jovens para todos, fado de todos para jovens
Concertos - Agosto 31, 2012
Por uma série de circunstâncias que aconteceram em boa hora, terminei o
último dia de férias passando por Lisboa e, naturalmente fui a uma
noite de fado.
Estava muito bem acompanhado pelo cantor, compositor, letrista e escritor Daniel Gouveia e sua esposa, Elvira, que tinham escolhido uma "tasca café bar" que é anunciado como "Fora de Moda, fado vadio, das 21h00 às 3h00", localizado ao lado da igreja de Santo Estevão, Alfama, porque às terças-feiras - e esse dia foi terça-feira - aí canta Maria Emilia, no resto da semana actua no Caldo Verde no Bairro Alto.
Cerca das 11:00 o ambiente foi-se animando, até que as pessoas encheram completamente o espaço, entre as quais pelo menos metade eram jovens com menos de trinta anos.
O cenário estava montado para uma boa noite de fado com Maria Emilia e Daniel Gouveia, ao qual foi adicionado uma outra menina - cujo nome eu não sei - e um "amante" conhecido dos ambientes fadistas como Quim Cigano, que cantou muito bem, com voz poderosa e modos castiços.
O que eu acho especialmente notável é que a soma das idades dos músicos e da fadista que nos levou até lá é de 51 anos: 21 para Maria Emilia, 14 para o guitarrista Micael Gomes, e 16 para o violista Flávio Cardoso. A primeira interpretação, devo admitir, pareceu-me um jogo bem intencionado de adolescentes com o fado. Mas a partir da segunda, o tom mudou e o que "aconteceu" lá, acho, foi fado-fado.
Os músicos “apuntan maneras”- como se diz no jargão das touradas - e não só, em seguida acabaram tocando uma variação de Fontes Rocha, e o tom geral de interpretação e execução foi de um certo nível.
Ambos os artistas tal como o público jovem se comportaram como fadistas-fadistas. A combinação de jovens e "menos jovens" foi perfeita também, tanto nas interpretações como no público. O fado une, porque os sentimentos aparecem no início da vida de um homem e o normal é que continuem pela vida fora, mas a vida é longa. Não há conflito de gerações no fado, presumo.
Para mim o que vivi naquela noite foi um pouco surpreendente, pois sabia-o de forma mais intuitiva do que reflexiva: o fado é para adultos e jovens, para jovens e para adultos, é para todos. E nesta terça-feira de final de agosto, em Alfama, foi uma prova. Ángel García Prieto
Cerca das 11:00 o ambiente foi-se animando, até que as pessoas encheram completamente o espaço, entre as quais pelo menos metade eram jovens com menos de trinta anos.
O cenário estava montado para uma boa noite de fado com Maria Emilia e Daniel Gouveia, ao qual foi adicionado uma outra menina - cujo nome eu não sei - e um "amante" conhecido dos ambientes fadistas como Quim Cigano, que cantou muito bem, com voz poderosa e modos castiços.
O que eu acho especialmente notável é que a soma das idades dos músicos e da fadista que nos levou até lá é de 51 anos: 21 para Maria Emilia, 14 para o guitarrista Micael Gomes, e 16 para o violista Flávio Cardoso. A primeira interpretação, devo admitir, pareceu-me um jogo bem intencionado de adolescentes com o fado. Mas a partir da segunda, o tom mudou e o que "aconteceu" lá, acho, foi fado-fado.
Os músicos “apuntan maneras”- como se diz no jargão das touradas - e não só, em seguida acabaram tocando uma variação de Fontes Rocha, e o tom geral de interpretação e execução foi de um certo nível.
Ambos os artistas tal como o público jovem se comportaram como fadistas-fadistas. A combinação de jovens e "menos jovens" foi perfeita também, tanto nas interpretações como no público. O fado une, porque os sentimentos aparecem no início da vida de um homem e o normal é que continuem pela vida fora, mas a vida é longa. Não há conflito de gerações no fado, presumo.
Para mim o que vivi naquela noite foi um pouco surpreendente, pois sabia-o de forma mais intuitiva do que reflexiva: o fado é para adultos e jovens, para jovens e para adultos, é para todos. E nesta terça-feira de final de agosto, em Alfama, foi uma prova. Ángel García Prieto
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