No Coliseu ouviu-se a “Alma” de Carminho
Concerts - Novembro 08, 2012
O pano sobe lentamente no Coliseu e as luzes iluminam o palco de azul.
Carminho surge logo que se ouvem soar as guitarras e quando solta a
primeira nota as palmas dão lugar ao silêncio.
Carminho - Coliseu Lisboa - 03.11.12
Afinal de contas vai-se cantar o fado. Duas canções seguidas, sem direito a interrupções e chega o momento de dizer “Boa noite Coliseu” e agradecer ao público, que praticamente encheu aquela sala de espetáculos.
As palmas eram fortes e entusiastas, pois quem lá estava, estava para ouvir o fado. Mas não era um fado qualquer, era o fado de Carminho. Os tons de azul dominaram o Coliseu e quando a cantora apresentou os músicos, Marino de Freitas no baixo acustico, Luís Guerreiro na guitarra portuguesa e Diogo Clemente na viola de fado, receberam igualmente uma forte dose de aplausos. E as palmas só paravam quando a próxima música começasse nem dando muito tempo à fadista de dizer fosse o que fosse. Mas ainda teve oportunidade de dedicar o “Fado das Queixas” a todos aqueles que não se queixam.
Um dos pontos altos do concerto aconteceu, sem dúvida, num tema escrito por Vinicius de Moraes, “Saudades do Brasil em Portugal”, onde o sentimento se fez notar mais do que nunca na voz de Carminho e as palmas finais mostraram que Vinicius é realmente um grande poeta e que a cantora soube muito bem entoar as suas palavras.
Passada uma meia hora de canções, Carminho abandona o palco e a sua banda é a protagonista de um solo instrumental que muito poucos músicos fariam com tanta competência e excelência. Aqui não foram precisas palavras para transmitir sensações, e é algo que só um estilo musical como o fado é capaz de fazer.
O final fez ecoar mais aplausos enquanto subiam os violistas e reaparecia Carminho para cantar Lisboa à capella. Neste, sim, o ponto mais alto da noite, em que a voz da fadista se expôs na sua plenitude e beleza. E foi então, sem ninguém esperar que uma explosão de som instrumental invadiu o Coliseu. E quem olhava nos rostos dos presentes podia ver que as pessoas se emocionaram e arrepiaram.
Era tempo, portanto, de cantar o maior êxito de Carminho, “Bom Dia”, em que a cantora fez questão de explicar a história por trás do tema, de como é inspirado no heterónimo Maria José de Fernando Pessoa. Mais à frente canta uma canção que lhe foi ensinada pela mãe, e para surpresa geral, a meio da canção a senhora sobe ao palco não só para finalizar o tema como também pra cantar “Cansaço”, para agrado dos presentes.
Entretanto, passada quase hora e meia de espectáculo, Carminho adverte que irá finalizar com a canção “Marcha de Lisboa”. Quando acaba, um aplauso que mais parecia um abraço colectivo abafou as palavras de agradecimento da cantora que decide então cantar mais um tema. Uma ovação em pé e ramos de flores ditam aquele que parecia realmente o fim e Carminho e os seus músicos saem do palco. As pessoas continuavam a aplaudir e entraram em delírio saltando e gritando por mais, atitude que fez a fadista regressar ao palco para mais dois temas. No ar ficou a certeza de um serão passado à boa moda lisboeta e a “Alma” de Carminho ficou naquele Coliseu e na memória de todos que lá passaram para a ouvir.Marco Pereira
Afinal de contas vai-se cantar o fado. Duas canções seguidas, sem direito a interrupções e chega o momento de dizer “Boa noite Coliseu” e agradecer ao público, que praticamente encheu aquela sala de espetáculos.
As palmas eram fortes e entusiastas, pois quem lá estava, estava para ouvir o fado. Mas não era um fado qualquer, era o fado de Carminho. Os tons de azul dominaram o Coliseu e quando a cantora apresentou os músicos, Marino de Freitas no baixo acustico, Luís Guerreiro na guitarra portuguesa e Diogo Clemente na viola de fado, receberam igualmente uma forte dose de aplausos. E as palmas só paravam quando a próxima música começasse nem dando muito tempo à fadista de dizer fosse o que fosse. Mas ainda teve oportunidade de dedicar o “Fado das Queixas” a todos aqueles que não se queixam.
Um dos pontos altos do concerto aconteceu, sem dúvida, num tema escrito por Vinicius de Moraes, “Saudades do Brasil em Portugal”, onde o sentimento se fez notar mais do que nunca na voz de Carminho e as palmas finais mostraram que Vinicius é realmente um grande poeta e que a cantora soube muito bem entoar as suas palavras.
Passada uma meia hora de canções, Carminho abandona o palco e a sua banda é a protagonista de um solo instrumental que muito poucos músicos fariam com tanta competência e excelência. Aqui não foram precisas palavras para transmitir sensações, e é algo que só um estilo musical como o fado é capaz de fazer.
O final fez ecoar mais aplausos enquanto subiam os violistas e reaparecia Carminho para cantar Lisboa à capella. Neste, sim, o ponto mais alto da noite, em que a voz da fadista se expôs na sua plenitude e beleza. E foi então, sem ninguém esperar que uma explosão de som instrumental invadiu o Coliseu. E quem olhava nos rostos dos presentes podia ver que as pessoas se emocionaram e arrepiaram.
Era tempo, portanto, de cantar o maior êxito de Carminho, “Bom Dia”, em que a cantora fez questão de explicar a história por trás do tema, de como é inspirado no heterónimo Maria José de Fernando Pessoa. Mais à frente canta uma canção que lhe foi ensinada pela mãe, e para surpresa geral, a meio da canção a senhora sobe ao palco não só para finalizar o tema como também pra cantar “Cansaço”, para agrado dos presentes.
Entretanto, passada quase hora e meia de espectáculo, Carminho adverte que irá finalizar com a canção “Marcha de Lisboa”. Quando acaba, um aplauso que mais parecia um abraço colectivo abafou as palavras de agradecimento da cantora que decide então cantar mais um tema. Uma ovação em pé e ramos de flores ditam aquele que parecia realmente o fim e Carminho e os seus músicos saem do palco. As pessoas continuavam a aplaudir e entraram em delírio saltando e gritando por mais, atitude que fez a fadista regressar ao palco para mais dois temas. No ar ficou a certeza de um serão passado à boa moda lisboeta e a “Alma” de Carminho ficou naquele Coliseu e na memória de todos que lá passaram para a ouvir.Marco Pereira
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