Arlindo de Carvalho
Músicos - Actualizado em Fevereiro 28, 2019
Arlindo Duarte de Carvalho, nasceu na freguesia de Soalheira, Concelho
do Fundão, Distrito de Castelo Branco, em 27 de Abril de 1930, onde
frequentou a Escola Primária.
Estudou, depois, na Guarda, Castelo Branco e Coimbra. Nesta cidade completou o Magistério Primário, no ano de 1950.
Como professor, exerceu as suas funções na sua terra natal, no Porto, em Lisboa, na Alemanha e França. Exilado em França, a partir do ano de 1965, foi leitor de Português, no Liceu Henrique IV de Poitiers.
Desde a sua infância mostrou uma grande vocação para a música. No convívio com os camponeses e trabalhadores rurais da Soalheira, da Campina da Idanha, da Serra da Estrela, desde criança aprendeu os seus cantares tradicionais que mais tarde iriam influenciar toda a sua obra musical, que é única no panorama musical português, pelas suas raízes profundamente beirãs.
Exilado por opção, a partir de Janeiro de 1965, trabalhou em hotéis e restaurantes, em Paris e Londres. Nesse ano foi nomeado leitor de português no Liceu Henry IV, em Poitiers (França), onde permaneceu até 1968.
Estudou na Academia de Amadores de Música, onde conheceu Fernando Lopes Graça (fez parte, durante algum tempo, do coro dessa academia), e mais tarde no Conservatório de Poitiers.
A sua obra abrange estilos de música popular que vão desde o minhoto ao açoriano, com predominância da Beira, incluindo ainda canções para crianças, fados de Coimbra e outras de intervenção política (Quando o sol vai de abalada / Para lá do Barrocão / Acaba a nossa jornada / Para engordar o patrão / Tanta gente sem ter nada / Tanta terra por lavrar / E tanta boca calada / Com vontade de gritar.)
Desde os finais de 1949 até à actualidade, as suas melodias foram interpretadas pelos mais prestigiados intérpretes portugueses, entre os quais, Luís Piçarra, Gina Maria, Amália Rodrigues, Tristão da Silva, António Mourão, Maria de Fátima Bravo, Madalena Iglésias (criadora do Fadinho Serrano), Maria de Lurdes Resende, Rao Kyao, Júlio Pereira, Nuno da Câmara Pereira, Lenita Gentil, Alexandra e os cantores líricos, Guilherme Kjolner, Armando Guerreiro e Carlos Guilherme, Bjorn Ehrling (sueco) e Richard Winsborough (australiano) ou Maria do Ceo, nascida no Porto mas desde criança a viver na Galiza, grupos corais e folclóricos em mais recentemente, por inúmeros artistas, entre os quais Mísia, Cristina Branco, Mafalda Arnauth, Maria Ana Bobonne, Rodrigo Félix e muitos outros.
No 2º Festival da Canção Portuguesa, realizado no Porto no dia 31 de Maio de 1960, considerado pelos críticos como o primeiro que apresentou canções de grande qualidade, foi-lhe atribuído o 1º prémio com a "Canção do Pastor", interpretada por Guilherme Kjölner, tenor do Teatro de São Carlos.
Incentivado pelos professores e alunos franceses do Liceu Henrique IV, onde foi leitor de português entre 1965/68, estreou-se como cantor na cidade de Paris, no ano de 1966, perante mais de 8000 ouvintes.
Nesta cidade gravou muitas das suas canções a convite de um editor francês. A partir desse momento percorreu toda a Europa, cantando em muitas Universidades e Liceus e nas mais prestigiadas salas de espectáculo e em programas de rádio e televisão em Paris, Hamburgo, Berlim, Munique, etc.
Esteve representado no Festival da Canção Latina, na cidade do México, nos anos de 1969 e 1970. Em 1969 com a canção intitulada "Tão Longe Daqui", interpretada por Gina Maria e em 1970 com a canção intitulada "Hei-de ser Tua", interpretada por Lenita Gentil. O arranjo orquestral dessas canções foi de Frank Pourcel, maestro convidado desse festival.
Convidado de Olof Palme, participou, como cantor, nas campanhas eleitorais do Partido Social Democrata da Suécia nos anos de 1976 e 1979.
Percorreu a Suécia de norte a sul em várias digressões. Muitas das suas canções fazem parte do património dos grupos folclóricos, grupos corais portugueses e estrangeiros e de cantores suecos, franceses, alemães e australianos.
Em Novembro de 1998, fundou o Grupo Coral da Soalheira, sua terra natal, inicialmente regido por Ema Casteleiro, professora do Conservatório de Castelo Branco e regente do Orfeão desta cidade. Mais tarde foi substituída por Carla Duarte, professora da Escola de Música e Dança do Fundão.
No dia 13 de Agosto de 1999, dia da abertura da campanha eleitoral em Timor Leste, foi estreado o Hino a Timor “A vida não é uma Prisão” com poema de Nuno Gomes dos Santos, num programa apresentado por Júlio Isidro, numa transmissão da RTP em directo para todo o mundo, com as vozes do próprio Arlindo de Carvalho, do tenor João Carlos Azevedo, Alexandra e Lenita Gentil.
Este hino, pelo seu simbolismo, é ensinado em escolas timorenses.
A sua obra foi reconhecida e consagrada ao ser homenageado pelo povo da sua terra, no dia 11 de Setembro de 1999, pelos seus 50 anos de carreira, num espectáculo inolvidável patrocinado pelas Câmaras Municipais de Castelo Branco e do Fundão, no qual participaram entre outros artistas, Carlos Guilherme, Alexandra, Lenita Gentil, Ilda de Castro, a Orquestra Típica de Castelo Branco, o Coro da Soalheira, as Adufeiras de Monsanto e vários grupos folclóricos, interpretando canções da sua autoria. Este espectáculo foi apresentado pelo actor Vítor de Sousa.
Foi Homenageado pela Câmara Municipal de Castelo Branco no dia 27 de Abril de 2005, dia do seu 75º aniversário num espectáculo em que participaram além de Arlindo de Carvalho o Coro da Soalheira, o Orfeão de Castelo Branco, Maria do Ceo e o Grupo Leilia vindos da Galiza e com a presença do Vereador da Cultura de Orense. Este espectáculo foi apresentado pelo actor Vitor de Sousa.
Em 2007 lançou o seu trabalho "Coimbra dentro da Alma".
Em 2009 foi convidado para fazer um recital, numa homenagem prestada a Aristides Sousa Mendes, cônsul português, em Bordéus - França, por ter salvo milhares de judeus da deportação durante a segunda guerra mundial, realizada em 15 de Novembro, no Museu da Aquitânia, tendo estado presentes os seus familiares.
Em 22 de Outubro de 2011, a Câmara Municipal de Castelo Branco promoveu um espectáculo no Cine-Teatro Avenida, inteiramente dedicado a Arlindo de Carvalho. Cantou canções de sua autoria e com os seus convidados Luísa Basto e Grupo Coral da Soalheira
Foi agraciado com a medalha de honra da Sociedade Portuguesa de Autores, como reconhecimento pela sua valiosa obra de música de raiz popular e mais recentemente, em 7 de Novembro de 2011, também pela mesma sociedade, num grande espectáculo realizado na Aula Magna, em Lisboa, pelo seu contributo para o enriquecimento do fado em Lisboa.
Arlindo de Carvalho, morreu no dia 26 de Novembro de 2016, aos 86 anos em Lisboa
Como professor, exerceu as suas funções na sua terra natal, no Porto, em Lisboa, na Alemanha e França. Exilado em França, a partir do ano de 1965, foi leitor de Português, no Liceu Henrique IV de Poitiers.
Desde a sua infância mostrou uma grande vocação para a música. No convívio com os camponeses e trabalhadores rurais da Soalheira, da Campina da Idanha, da Serra da Estrela, desde criança aprendeu os seus cantares tradicionais que mais tarde iriam influenciar toda a sua obra musical, que é única no panorama musical português, pelas suas raízes profundamente beirãs.
Exilado por opção, a partir de Janeiro de 1965, trabalhou em hotéis e restaurantes, em Paris e Londres. Nesse ano foi nomeado leitor de português no Liceu Henry IV, em Poitiers (França), onde permaneceu até 1968.
Estudou na Academia de Amadores de Música, onde conheceu Fernando Lopes Graça (fez parte, durante algum tempo, do coro dessa academia), e mais tarde no Conservatório de Poitiers.
A sua obra abrange estilos de música popular que vão desde o minhoto ao açoriano, com predominância da Beira, incluindo ainda canções para crianças, fados de Coimbra e outras de intervenção política (Quando o sol vai de abalada / Para lá do Barrocão / Acaba a nossa jornada / Para engordar o patrão / Tanta gente sem ter nada / Tanta terra por lavrar / E tanta boca calada / Com vontade de gritar.)
Desde os finais de 1949 até à actualidade, as suas melodias foram interpretadas pelos mais prestigiados intérpretes portugueses, entre os quais, Luís Piçarra, Gina Maria, Amália Rodrigues, Tristão da Silva, António Mourão, Maria de Fátima Bravo, Madalena Iglésias (criadora do Fadinho Serrano), Maria de Lurdes Resende, Rao Kyao, Júlio Pereira, Nuno da Câmara Pereira, Lenita Gentil, Alexandra e os cantores líricos, Guilherme Kjolner, Armando Guerreiro e Carlos Guilherme, Bjorn Ehrling (sueco) e Richard Winsborough (australiano) ou Maria do Ceo, nascida no Porto mas desde criança a viver na Galiza, grupos corais e folclóricos em mais recentemente, por inúmeros artistas, entre os quais Mísia, Cristina Branco, Mafalda Arnauth, Maria Ana Bobonne, Rodrigo Félix e muitos outros.
No 2º Festival da Canção Portuguesa, realizado no Porto no dia 31 de Maio de 1960, considerado pelos críticos como o primeiro que apresentou canções de grande qualidade, foi-lhe atribuído o 1º prémio com a "Canção do Pastor", interpretada por Guilherme Kjölner, tenor do Teatro de São Carlos.
Incentivado pelos professores e alunos franceses do Liceu Henrique IV, onde foi leitor de português entre 1965/68, estreou-se como cantor na cidade de Paris, no ano de 1966, perante mais de 8000 ouvintes.
Nesta cidade gravou muitas das suas canções a convite de um editor francês. A partir desse momento percorreu toda a Europa, cantando em muitas Universidades e Liceus e nas mais prestigiadas salas de espectáculo e em programas de rádio e televisão em Paris, Hamburgo, Berlim, Munique, etc.
Esteve representado no Festival da Canção Latina, na cidade do México, nos anos de 1969 e 1970. Em 1969 com a canção intitulada "Tão Longe Daqui", interpretada por Gina Maria e em 1970 com a canção intitulada "Hei-de ser Tua", interpretada por Lenita Gentil. O arranjo orquestral dessas canções foi de Frank Pourcel, maestro convidado desse festival.
Convidado de Olof Palme, participou, como cantor, nas campanhas eleitorais do Partido Social Democrata da Suécia nos anos de 1976 e 1979.
Percorreu a Suécia de norte a sul em várias digressões. Muitas das suas canções fazem parte do património dos grupos folclóricos, grupos corais portugueses e estrangeiros e de cantores suecos, franceses, alemães e australianos.
Em Novembro de 1998, fundou o Grupo Coral da Soalheira, sua terra natal, inicialmente regido por Ema Casteleiro, professora do Conservatório de Castelo Branco e regente do Orfeão desta cidade. Mais tarde foi substituída por Carla Duarte, professora da Escola de Música e Dança do Fundão.
No dia 13 de Agosto de 1999, dia da abertura da campanha eleitoral em Timor Leste, foi estreado o Hino a Timor “A vida não é uma Prisão” com poema de Nuno Gomes dos Santos, num programa apresentado por Júlio Isidro, numa transmissão da RTP em directo para todo o mundo, com as vozes do próprio Arlindo de Carvalho, do tenor João Carlos Azevedo, Alexandra e Lenita Gentil.
Este hino, pelo seu simbolismo, é ensinado em escolas timorenses.
A sua obra foi reconhecida e consagrada ao ser homenageado pelo povo da sua terra, no dia 11 de Setembro de 1999, pelos seus 50 anos de carreira, num espectáculo inolvidável patrocinado pelas Câmaras Municipais de Castelo Branco e do Fundão, no qual participaram entre outros artistas, Carlos Guilherme, Alexandra, Lenita Gentil, Ilda de Castro, a Orquestra Típica de Castelo Branco, o Coro da Soalheira, as Adufeiras de Monsanto e vários grupos folclóricos, interpretando canções da sua autoria. Este espectáculo foi apresentado pelo actor Vítor de Sousa.
Foi Homenageado pela Câmara Municipal de Castelo Branco no dia 27 de Abril de 2005, dia do seu 75º aniversário num espectáculo em que participaram além de Arlindo de Carvalho o Coro da Soalheira, o Orfeão de Castelo Branco, Maria do Ceo e o Grupo Leilia vindos da Galiza e com a presença do Vereador da Cultura de Orense. Este espectáculo foi apresentado pelo actor Vitor de Sousa.
Em 2007 lançou o seu trabalho "Coimbra dentro da Alma".
Em 2009 foi convidado para fazer um recital, numa homenagem prestada a Aristides Sousa Mendes, cônsul português, em Bordéus - França, por ter salvo milhares de judeus da deportação durante a segunda guerra mundial, realizada em 15 de Novembro, no Museu da Aquitânia, tendo estado presentes os seus familiares.
Em 22 de Outubro de 2011, a Câmara Municipal de Castelo Branco promoveu um espectáculo no Cine-Teatro Avenida, inteiramente dedicado a Arlindo de Carvalho. Cantou canções de sua autoria e com os seus convidados Luísa Basto e Grupo Coral da Soalheira
Foi agraciado com a medalha de honra da Sociedade Portuguesa de Autores, como reconhecimento pela sua valiosa obra de música de raiz popular e mais recentemente, em 7 de Novembro de 2011, também pela mesma sociedade, num grande espectáculo realizado na Aula Magna, em Lisboa, pelo seu contributo para o enriquecimento do fado em Lisboa.
Arlindo de Carvalho, morreu no dia 26 de Novembro de 2016, aos 86 anos em Lisboa
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