Gisela João - Gisela João
Discos - Julho 12, 2013
Há dois anos que Gisela João anda nas bocas do mundo, mas só agora a fadista quis lançar o seu disco de estreia.
E, provavelmente por isso, as 14 músicas do álbum contam outras tantas histórias para chegar a um único denominador: a realidade, mesmo quando dói, tem de ser olhada de frente.
Apontada por Camané como a grande aposta musical para 2013, Gisela João tem pisado palcos em Lisboa, como o Centro Cultural de Belém, a discoteca Lux (primeiro como convidada de Nicolas Jaar e depois num concerto em nome próprio), o Teatro do Bairro, o clube Frágil, O Sr. Vinho, ou a tasca da Bela, em Alfama.
É sem duvida um disco de fado. Mas Gisela desviou-se do óbvio: fez novos arranjos, derivou para canções populares, até atualizou a Casa da Mariquinhas com uma letra de Capicua, uma rapper do Porto. Nas histórias que Gisela canta, há amor e desilusão, mas também um olhar de rapina sobre a realidade social - não fosse o fado a narrativa musical dos tempos difíceis.
Neste disco, tudo o que pode parecer absolutamente novo é na verdade um retorno à génese do fado, à sua autenticidade maior. A forma como Gisela se entrega às palavras, como se deixa levar por elas. É um fado menos estilizado, onde a abordagem dos instrumentos foge da sonoridade barroca habitual, mas no entanto não deixa de ser um fado mais genuíno.
Para quem acredita que o fado é um exclusivo lisboeta, desengane-se: Amália foi criada no Fundão. Beatriz da Conceição, Maria da Fé, Tony de Matos e José Fontes Rocha, por exemplo, nasceram no Porto. Lucília do Carmo é de Portalegre. Gisela João é toda minhota.
Nasceu em Barcelos, conheceu o fado na rádio e começou a reproduzi-lo para a família, primeiro, para os amigos e vizinhos, depois, em concursos de talentos infantis. Mudou-se para o Porto, queria estudar design de moda.
Mas o canto foi mais forte, entrou no circuito marialva da Invicta e ali passou uns anos, acabando por desaguar na Mouraria. E foi aí que a miúda franzina, de voz rouca e poderosa, começou a mostrar ao resto do mundo aquilo que ela mesma diz, nas últimas palavras da última música do seu primeiro disco: «Não é fadista quem quer, mas sim quem nasceu fadista».
Apontada por Camané como a grande aposta musical para 2013, Gisela João tem pisado palcos em Lisboa, como o Centro Cultural de Belém, a discoteca Lux (primeiro como convidada de Nicolas Jaar e depois num concerto em nome próprio), o Teatro do Bairro, o clube Frágil, O Sr. Vinho, ou a tasca da Bela, em Alfama.
É sem duvida um disco de fado. Mas Gisela desviou-se do óbvio: fez novos arranjos, derivou para canções populares, até atualizou a Casa da Mariquinhas com uma letra de Capicua, uma rapper do Porto. Nas histórias que Gisela canta, há amor e desilusão, mas também um olhar de rapina sobre a realidade social - não fosse o fado a narrativa musical dos tempos difíceis.
Neste disco, tudo o que pode parecer absolutamente novo é na verdade um retorno à génese do fado, à sua autenticidade maior. A forma como Gisela se entrega às palavras, como se deixa levar por elas. É um fado menos estilizado, onde a abordagem dos instrumentos foge da sonoridade barroca habitual, mas no entanto não deixa de ser um fado mais genuíno.
Para quem acredita que o fado é um exclusivo lisboeta, desengane-se: Amália foi criada no Fundão. Beatriz da Conceição, Maria da Fé, Tony de Matos e José Fontes Rocha, por exemplo, nasceram no Porto. Lucília do Carmo é de Portalegre. Gisela João é toda minhota.
Nasceu em Barcelos, conheceu o fado na rádio e começou a reproduzi-lo para a família, primeiro, para os amigos e vizinhos, depois, em concursos de talentos infantis. Mudou-se para o Porto, queria estudar design de moda.
Mas o canto foi mais forte, entrou no circuito marialva da Invicta e ali passou uns anos, acabando por desaguar na Mouraria. E foi aí que a miúda franzina, de voz rouca e poderosa, começou a mostrar ao resto do mundo aquilo que ela mesma diz, nas últimas palavras da última música do seu primeiro disco: «Não é fadista quem quer, mas sim quem nasceu fadista».
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