Ricardo Ribeiro: noite de grandes emoções
Concertos - Fevereiro 16, 2014
Ricardo Ribeiro foi esta noite no CCB aquilo que tem sido ao longo da
sua carreira de fadista: enorme, abalando a sala lisboeta com uma voz
monstruosa onde cabem o mundo árabe, a cultura cigana, o Alentejo e cada
bairro de Lisboa.
CCB - Lisboa - 15.02.2014
As várias dedicatórias, os convidados especiais e uma sala a abarrotar, onde estava gente tão especial para Ricardo Ribeiro como o fadista Rodrigo (para si, «o tio Rodrigo») e até a sua própria filha Carolina, fizeram que esta fosse uma noite com as emoções ao rubro.
Como prometido, Ricardo Ribeiro interpretou por inteiro o seu último álbum "Largo da Memória". Entrou com a canção mais famosa do disco, 'Destino Marcado', que provocou desde muito cedo ovações de pé nalguns pontos da sala. Depois de cantado o 'Corrido à Antiga Portuguesa', Ricardo Ribeiro, do alto da sua forte figura, confessou o seu nervosismo e gracejou que «estava mais magrinho».
Com o seu trio maravilha, Pedro de Castro (na guitarra portuguesa), Jaime Santos (na viola de fado) e Francisco Gaspar (no baixo acústico), Ricardo Ribeiro cantou 'Água Louca da Ribeira' (de Armandinho) e, deste novo álbum, 'Nas Linhas da Minha Mão'. A pedido de uma fã no Facebook deu voz a 'Porta Do Coração', e pelo meio houve uns piropos mais populares do público feminino quando Ricardo Ribeiro se queixou que não arranjava ninguém.
Pedro Caldeira Cabral, mago da guitarra portuguesa, foi o primeiro convidado do espectáculo, que tocou (e explicou antes o que era) a 'Cantiga de Seguir' que deixou Ricardo Ribeiro cigano. Para dedicar 'Quando Nasceste' à filha Carolina, Ricardo Ribeiro emocionou-se. O tema contou com a percussão de João Nuno Represas (ex-Trovante) e com a participação do quarteto de cordas, além de Pedro Caldeira Cabral. A filha pequenita agradeceu bem alto «obrigado pai!».
Mais umas músicas adiante, Ricardo Ribeiro aponta para o meio da sala e chama ao palco o Professor Joel Pina que mostrou os seus dotes de veterano no viola-baixo em 'Fado É Canto Peregrino', num momento de aparente espontaneidade.
Pedro Jóia era o especialista de cordas seguinte, no caso, da guitarra clássica, que com o seu dedilhado sobredotado abrilhantou 'Entrega', 'Gaivota Perdida' e um sublime 'Tarab' que Ricardo Ribeiro dedicou sentidamente à sua família, em especial ao seu irmão Nuno.
O ambiente estava cada vez mais arábico, à medida portanto doutro convidado, o mestre libanês de alaúde Rabib Abou-Khalil cujo o nome Ricardo Ribeiro fez questão de apresentar com a dicção árabe. Se não fosse a letra em português do inédito 'Grãos de Areia', pensaríamos que se tratava de uma música do Médio Oriente, porque as mãos de Abou-Khalil e do quarteto de cordas apontavam o tema para o mundo árabe.
Ricardo Ribeiro cantou ainda mais umas quantas de "Largo da Memória", incluindo o fado sem pernas de 'Malhas da Memória' que terminou a actuação antes do encore, já com o fadista sem o casaco.
No regresso a palco perante um auditório que o aclamava de pé, interpretou um comovente 'Fado do Alentejo' como se aquela região (de que Ricardo Ribeiro tanto gosta) nunca tivesse deixado de ser moura (e não deixou), bem arabizado novamente por Rabib Abou-Khalil e pelo bem étnico quarteto de cordas.
O muito pedido 'Fama de Alfama (Bairro Afamado)', com direito a solo de baixo do Professor Joel Pina, foi a apoteose final de um concerto heróico, onde a rua lisboeta tomou os corredores do CCB como raramente se viu.
As várias dedicatórias, os convidados especiais e uma sala a abarrotar, onde estava gente tão especial para Ricardo Ribeiro como o fadista Rodrigo (para si, «o tio Rodrigo») e até a sua própria filha Carolina, fizeram que esta fosse uma noite com as emoções ao rubro.
Como prometido, Ricardo Ribeiro interpretou por inteiro o seu último álbum "Largo da Memória". Entrou com a canção mais famosa do disco, 'Destino Marcado', que provocou desde muito cedo ovações de pé nalguns pontos da sala. Depois de cantado o 'Corrido à Antiga Portuguesa', Ricardo Ribeiro, do alto da sua forte figura, confessou o seu nervosismo e gracejou que «estava mais magrinho».
Com o seu trio maravilha, Pedro de Castro (na guitarra portuguesa), Jaime Santos (na viola de fado) e Francisco Gaspar (no baixo acústico), Ricardo Ribeiro cantou 'Água Louca da Ribeira' (de Armandinho) e, deste novo álbum, 'Nas Linhas da Minha Mão'. A pedido de uma fã no Facebook deu voz a 'Porta Do Coração', e pelo meio houve uns piropos mais populares do público feminino quando Ricardo Ribeiro se queixou que não arranjava ninguém.
Pedro Caldeira Cabral, mago da guitarra portuguesa, foi o primeiro convidado do espectáculo, que tocou (e explicou antes o que era) a 'Cantiga de Seguir' que deixou Ricardo Ribeiro cigano. Para dedicar 'Quando Nasceste' à filha Carolina, Ricardo Ribeiro emocionou-se. O tema contou com a percussão de João Nuno Represas (ex-Trovante) e com a participação do quarteto de cordas, além de Pedro Caldeira Cabral. A filha pequenita agradeceu bem alto «obrigado pai!».
Mais umas músicas adiante, Ricardo Ribeiro aponta para o meio da sala e chama ao palco o Professor Joel Pina que mostrou os seus dotes de veterano no viola-baixo em 'Fado É Canto Peregrino', num momento de aparente espontaneidade.
Pedro Jóia era o especialista de cordas seguinte, no caso, da guitarra clássica, que com o seu dedilhado sobredotado abrilhantou 'Entrega', 'Gaivota Perdida' e um sublime 'Tarab' que Ricardo Ribeiro dedicou sentidamente à sua família, em especial ao seu irmão Nuno.
O ambiente estava cada vez mais arábico, à medida portanto doutro convidado, o mestre libanês de alaúde Rabib Abou-Khalil cujo o nome Ricardo Ribeiro fez questão de apresentar com a dicção árabe. Se não fosse a letra em português do inédito 'Grãos de Areia', pensaríamos que se tratava de uma música do Médio Oriente, porque as mãos de Abou-Khalil e do quarteto de cordas apontavam o tema para o mundo árabe.
Ricardo Ribeiro cantou ainda mais umas quantas de "Largo da Memória", incluindo o fado sem pernas de 'Malhas da Memória' que terminou a actuação antes do encore, já com o fadista sem o casaco.
No regresso a palco perante um auditório que o aclamava de pé, interpretou um comovente 'Fado do Alentejo' como se aquela região (de que Ricardo Ribeiro tanto gosta) nunca tivesse deixado de ser moura (e não deixou), bem arabizado novamente por Rabib Abou-Khalil e pelo bem étnico quarteto de cordas.
O muito pedido 'Fama de Alfama (Bairro Afamado)', com direito a solo de baixo do Professor Joel Pina, foi a apoteose final de um concerto heróico, onde a rua lisboeta tomou os corredores do CCB como raramente se viu.
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