Em noite de grande expectativa Carolina foi... uma desilusão
Concertos - Maio 22, 2014
A expectativa era grande para a apresentação do seu primeiro disco, mas
Carolina desiludiu num concerto onde faltou alma e sentimento à jovem
fadista.
Carolina já há alguns anos que canta mas só agora lançou o seu primeiro disco, que despertou alguma curiosidade nos amantes do Fado.
Por esse mesmo motivo o seu primeiro concerto em Portugal, de apresentação do disco no B.Leza em Lisboa, criou curiosidade para ver a artista em palco, curiosidade que após o concerto virou desilusão.
Com uma presença em palco sem grande expressividade, Carolina denotou nas suas interpretações falta de alma, garra e sentimento, algo que o Fado transmite naturalmente quando bem interpretado.
A sua voz não é versátil e deverá ter algum cuidado nas mudanças de registo, caso contrário, corre o risco, de como ontem aconteceu, desafinar.
Os temas têm excelentes letras às quais falta sentimento na voz da artista. Sendo este o seu primeiro trabalho e tendo ainda um longo caminho a percorrer, Carolina irá certamente evoluir e afirmar-se como fadista, sendo que até lá terá ainda muito trabalho pela frente.
Acompanhada por Luís Guerreiro, João Moreira, John Luz, Luís Pontes, Ricardo Cruz e João Ferreira, destacou-se o guitarrista português Luís Guerreiro, um dos melhores no seu oficio e qua mais uma vez mostrou o seu virtuosismo.
A fadista chamou ainda ao palco Mário Pacheco, "que me tem apoiado muito neste inicio de carreira", que a acompanhou na interpretação do tema "Semente Viva" com letra de Flávio Gil e composição de Mário Pacheco.
Com alguns fadistas na plateia, para além de convidados, amigos e família, Carolina surpreendeu pela cenografia a cargo de João Dias, principalmente na lua (que não o parecia) e pelas fitas aquando da interpretação de um dos temas, que proporcionou o efeito de uma longa cauda de um vestido, trazendo brilho a uma noite cinzenta da artista.
Com vista para o Cristo Rei e para a Ponte 25 de Abril, poucas foram as palavras de Carolina que nos ficaram no ouvido, tendo sido levadas pelo vento que se fazia sentir junto do Tejo.