Amália Rodrigues "continua cada vez mais próxima de nós"
Concertos - Outubro 07, 2014
O Teatro São Luiz esgotou para a entrega dos prémios Amália Rodrigues 2014, numa noite marcada pela homenagem à diva do Fado e pelas actuações dos premiados. Destaque para Ana Moura e Frei Hermano da Câmara.
A nona edição da entrega dos prémios Amália Rodrigues esgotou a bonita sala do Teatro São Luiz em Lisboa, com uma plateia que aplaudiu as actuações de Marta Pereira da Costa e do seu convidado Rodrigo da Costa Félix, André Batista, Ana Moura, Victor Marceneiro, Carlos Macedo e Frei Hermano da Câmara.
Com apresentação de José Carlos Malato e Joana Teles a noite decorreu rápida intervalada por momentos altos de Fado cantado de modo sóbrio mas sentido entre algumas curiosidades acerca dos artistas contadas por Malato.
Os destaques da noite pertenceram a Ana Moura e Frei Hermano da Câmara. A fadista deixa qualquer plateia em alvoroço assim que dito o seu nome, algo que justifica em palco com actuações seguras, fruto de uma voz grave e suave que sabe dosear, transformando cada tema em algo único.
Frei Hermano da Câmara conta com 50 anos de carreira e o desgaste da voz é compensado pela fé e pela energia de um jovem que transmite ao seu público. Foi para ele a maior ovação da noite, com o público de pé.
Ana Moura recebeu o galardão para melhor disco de 2013 com "Desfado- Caixa Alfama" e emocionada disse "que estou muito orgulhosa, felizmente já não é a primeira vez que recebo um prémio destes" sendo este especial por "ser de um disco que é diferente, que não é de fado tradicional".
O prémio carreira esse foi para Frei Hermano da Câmara que teve honra de encerramento da gala, e que proporcionou o momento mais animado da noite quando disse que "ao longo de 50 anos, já várias vezes pensei parar e sempre que pergunto a Deus, ele diz para continuar pois se correr mal é sinal de humildade, se correr bem depois dás-me graças", soltando sonoros aplausos e gargalhadas na plateia.
O prémio para melhor instrumentista foi para Marta Pereira da Costa que teve no primeiro tema o seu convidado Rodrigo da Costa Félix que interpretou "Minhas Mãos" seguindo-se duas guitarradas em que Marta expressou toda a sua técnica mostrando ter aprendido de modo assertivo os ensinamentos dos "mestres Carlos Gonçalves, Mário Pacheco e Fontes Rocha" que mencionou aquando da entrega do galardão.
O prémio Divulgação foi atribuído à Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa, enquanto que o prémio Saudade, "Lembrar para Honrar" coube a Alfredo Marceneiro recebido pelo seu neto Victor que interpretou "Bairros de Lisboa".
O prémio Revelação coube a André Batista que estamos certos que em breve o deixará de ser. Sóbrio, com uma voz grave, provando em palco "o percurso sereno e discreto" que o júri mencionou na atribuição do prémio. Provou que não é preciso ser popularucho para interagir com a assistência, aliando uma qualidade vocal a um enorme sentimento em cada palavra.
O Prémio Internacional coube a França e o Prémio Edição Literária para Jorge Trigo fruto do livro "Ercília Costa – Sereia Peregrina do Fado". Recordamos que Ercilia Costa e Amália Rodrigues admiravam-se mutuamente, sendo Ercília o exemplo a seguir para Amália.
Dois grandes momentos da noite couberam a Manuel Alegre e Carlos Macedo. Manuel Alegre conquistou o galardão para Autor e sem "discurso preparado" leu quatro estrofes da "Trova do Vento que passa".
Carlos Macedo com um ternura e sensibilidade extraordinárias acompanhado da sua guitarra provou que os anos passam e qualidade continua intacta.
O Prémio Intérprete para José Manuel Barreto será entregue posteriormente visto não ter estado presente na gala, e o Prémio Especial do Júri foi para Hugo Ribeiro, através do qual começámos a ouvir Amália.
Uma gala que honra o percurso da Fadista que "numa altura em que se assinalam 15 anos do seu afastamento, continua cada vez mais próxima de nós", como referiu José Carlos Malato. Texto: Foto: John Batista
Com apresentação de José Carlos Malato e Joana Teles a noite decorreu rápida intervalada por momentos altos de Fado cantado de modo sóbrio mas sentido entre algumas curiosidades acerca dos artistas contadas por Malato.
Os destaques da noite pertenceram a Ana Moura e Frei Hermano da Câmara. A fadista deixa qualquer plateia em alvoroço assim que dito o seu nome, algo que justifica em palco com actuações seguras, fruto de uma voz grave e suave que sabe dosear, transformando cada tema em algo único.
Frei Hermano da Câmara conta com 50 anos de carreira e o desgaste da voz é compensado pela fé e pela energia de um jovem que transmite ao seu público. Foi para ele a maior ovação da noite, com o público de pé.
Ana Moura recebeu o galardão para melhor disco de 2013 com "Desfado- Caixa Alfama" e emocionada disse "que estou muito orgulhosa, felizmente já não é a primeira vez que recebo um prémio destes" sendo este especial por "ser de um disco que é diferente, que não é de fado tradicional".
O prémio carreira esse foi para Frei Hermano da Câmara que teve honra de encerramento da gala, e que proporcionou o momento mais animado da noite quando disse que "ao longo de 50 anos, já várias vezes pensei parar e sempre que pergunto a Deus, ele diz para continuar pois se correr mal é sinal de humildade, se correr bem depois dás-me graças", soltando sonoros aplausos e gargalhadas na plateia.
O prémio para melhor instrumentista foi para Marta Pereira da Costa que teve no primeiro tema o seu convidado Rodrigo da Costa Félix que interpretou "Minhas Mãos" seguindo-se duas guitarradas em que Marta expressou toda a sua técnica mostrando ter aprendido de modo assertivo os ensinamentos dos "mestres Carlos Gonçalves, Mário Pacheco e Fontes Rocha" que mencionou aquando da entrega do galardão.
O prémio Divulgação foi atribuído à Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa, enquanto que o prémio Saudade, "Lembrar para Honrar" coube a Alfredo Marceneiro recebido pelo seu neto Victor que interpretou "Bairros de Lisboa".
O prémio Revelação coube a André Batista que estamos certos que em breve o deixará de ser. Sóbrio, com uma voz grave, provando em palco "o percurso sereno e discreto" que o júri mencionou na atribuição do prémio. Provou que não é preciso ser popularucho para interagir com a assistência, aliando uma qualidade vocal a um enorme sentimento em cada palavra.
O Prémio Internacional coube a França e o Prémio Edição Literária para Jorge Trigo fruto do livro "Ercília Costa – Sereia Peregrina do Fado". Recordamos que Ercilia Costa e Amália Rodrigues admiravam-se mutuamente, sendo Ercília o exemplo a seguir para Amália.
Dois grandes momentos da noite couberam a Manuel Alegre e Carlos Macedo. Manuel Alegre conquistou o galardão para Autor e sem "discurso preparado" leu quatro estrofes da "Trova do Vento que passa".
Carlos Macedo com um ternura e sensibilidade extraordinárias acompanhado da sua guitarra provou que os anos passam e qualidade continua intacta.
O Prémio Intérprete para José Manuel Barreto será entregue posteriormente visto não ter estado presente na gala, e o Prémio Especial do Júri foi para Hugo Ribeiro, através do qual começámos a ouvir Amália.
Uma gala que honra o percurso da Fadista que "numa altura em que se assinalam 15 anos do seu afastamento, continua cada vez mais próxima de nós", como referiu José Carlos Malato. Texto: Foto: John Batista
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