O fado maior e sem fronteiras de Ricardo Ribeiro
"Vou daqui de coração cheio", disse hoje à Lusa Ricardo Ribeiro, depois do concerto oficial de abertura do FMM, no Castelo de Sines, perante uma plateia de todas as idades.
O fadista, que pela primeira vez subiu ao palco do festival, confessou-se "surpreso" com a reação entusiasta do público que aplaudiu as melodias tradicionais do fado e dos dois álbuns de fado clássico do músico - "Na Porta do Coração" e, o mais recente, lançado este ano, "Largo da Memória".
"Fiquei muito feliz e, ao mesmo tempo, surpreso da maneira como as pessoas reagiam", revelou Ricardo Ribeiro, que já participou noutros festivais de "world music", inclusivamente com um registo musical diferente do fado, com o compositor libanês Rabih Abou-Khalil.
Em palco, cantou e encantou não só com o fado clássico, mas também com boa disposição e alguma brincadeira, imitando grandes nomes do género que admira, como Tony de Matos ou frei Hermano da Câmara.
"Eu só imito quem oiço, e imito porque gosto, e acho que as pessoas também se podem rir connosco e sorrir e divertirem-se também", destacou o fadista, que subiu ao palco acompanhado de Ricardo Rocha, na guitarra portuguesa, Jaime Santos, na viola, e João Penedo, na viola baixo.
Ricardo Ribeiro foi o protagonista do primeiro de dezoito espetáculos agendados entre as muralhas do Castelo de Sines, por onde também vão passar músicos da Noruega, França, Nigéria, Reino Unido, Angola, Mali, Chile, Bélgica, Índia e, entre outros países, Itália.
Ao todo, o festival conta com a representação de mais de "30 países", "quatro continentes" e "45 concertos", destacou o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, que aproveitou para sublinhar o êxito dos primeiros três dias de festival, em Porto Covo.
Lusa