Carminho ao vivo no Campo Pequeno
Concertos - Novembro 30, 2015
Um lusco-fusco de luzes e um som de fundo calmo criaram o ambiente harmonioso para a entrada em palco da fadista Carminho.
Os instrumentos começaram a fazer magia e Carminho entrou com a sua voz
inconfundível. Foi caso para dizer "Silêncio que se vai cantar o fado".
Vestida de preto e branco com algum brilho e saltos altos; uma autêntica desconstrução da imagem que uma fadista deve ter. A jovem fadista encantou e a roupa nunca importou na sua carreira. No dia em que se comemorava o fado como património mundial, no Campo Pequeno, Carminho encerrou um ciclo: o de dar a conhecer o seu mais recente trabalho, o álbum Canto.
O Campo Pequeno tornou-se ainda mais pequeno para tanto talento e para os muitos que quiseram envolver-se na voz da fadista. Silêncio profundo, admiração, ouvidos e olhos vidrados na cantora. Ao contrário de concertos de outros artistas, aqui o silêncio do público era protagonista. Só se manifestavam as palmas e as reações positivas quando cada música terminava. E foram muitas, desde a "Saia rodada", passando por "Ventura" e não esquecendo "Bom dia, amor" – estas foram apenas algumas das escolhidas. Como Carminho referiu no concerto, é sempre muito difícil escolher as músicas para o reportório. É pouco tempo, não se pode escolher todas e “queremos cantar tudo”, confessou.
As escolhas de Carminho recaíram sobre as músicas do seu álbum Canto, no qual o concerto foi baseado, e outras especiais para si.
Acompanhada por aqueles que chama de "família da música", a fadista ia alternando entre músicas mais pesadas e tristes com músicas mais alegres. Nestas últimas, mais alegres, o público ia batendo palmas ao ritmo da música. Até a "marcha de Alfama" Carminho cantou e brincou "bora lá que eu quero ganhar as marchas este ano".
Carminho homenageou ainda Carlos Paião com a música "História". "Este homem, que partiu cedo demais, influenciou muita gente e a mim também", disse Carminho para apresentar a música escrita pelo cantor e poeta que morreu aos 35 anos.
Seguiram-se momentos em que apenas os instrumentos tiveram o papel principal e brilharam de forma única. Na música "Bom dia, amor", inspirada no poema de Fernando Pessoa, Carminho brincou com a letra desta música por falar de uma rapariga que espera à janela pelo seu amor. "Estou tão gira hoje", gracejou. Esta é uma das músicas mais apreciadas e conhecidas do público e, por isso, Carminho puxou pelo público para que cantassem o refrão todos juntos. Assim conseguiu criar uma proximidade e dinâmica no espetáculo.
Muitos pensavam que este concerto, por ser o fim de um ciclo, teria convidados especiais como tanto se especulou. Carminho esclareceu logo que não ia ter convidados especiais e brincou "mas estamos cá nós. Chegamos, não é?"
A fadista trouxe também um fado especial para si, com o nome "Tu és a estrela" e dedicou outro àqueles que estão longe de casa e que a saudade já aperta com o nome: "Saudades do Brasil Em Portugal".
Carminho despediu-se. Agradeceu e disse que aquela era uma noite especial porque marcava o fim de um ciclo na sua vida e não podia deixar de falar naquele que era o dia que marcava o fado.
A última música foi cantada por Carminho sem microfone para mostrar o poderio da sua voz, que, mesmo sem microfone, conseguia chegar aos ouvidos de todos aqueles que a ouviam no Campo Pequeno. Só se ouvia a voz da fadista, sem instrumentos, sem microfone, sem nada. Não se ouvia nem a respiração do público e ai de quem pronunciasse o mais pequeno som que era logo mandado silenciar-se. Este foi um momento único em que o silêncio foi sagrado.
Foi um concerto simples em que a voz e talento da cantora em junção com a beleza do fado não precisaram de mais nada para brilharem. Marta Costa
O Campo Pequeno tornou-se ainda mais pequeno para tanto talento e para os muitos que quiseram envolver-se na voz da fadista. Silêncio profundo, admiração, ouvidos e olhos vidrados na cantora. Ao contrário de concertos de outros artistas, aqui o silêncio do público era protagonista. Só se manifestavam as palmas e as reações positivas quando cada música terminava. E foram muitas, desde a "Saia rodada", passando por "Ventura" e não esquecendo "Bom dia, amor" – estas foram apenas algumas das escolhidas. Como Carminho referiu no concerto, é sempre muito difícil escolher as músicas para o reportório. É pouco tempo, não se pode escolher todas e “queremos cantar tudo”, confessou.
As escolhas de Carminho recaíram sobre as músicas do seu álbum Canto, no qual o concerto foi baseado, e outras especiais para si.
Acompanhada por aqueles que chama de "família da música", a fadista ia alternando entre músicas mais pesadas e tristes com músicas mais alegres. Nestas últimas, mais alegres, o público ia batendo palmas ao ritmo da música. Até a "marcha de Alfama" Carminho cantou e brincou "bora lá que eu quero ganhar as marchas este ano".
Carminho homenageou ainda Carlos Paião com a música "História". "Este homem, que partiu cedo demais, influenciou muita gente e a mim também", disse Carminho para apresentar a música escrita pelo cantor e poeta que morreu aos 35 anos.
Seguiram-se momentos em que apenas os instrumentos tiveram o papel principal e brilharam de forma única. Na música "Bom dia, amor", inspirada no poema de Fernando Pessoa, Carminho brincou com a letra desta música por falar de uma rapariga que espera à janela pelo seu amor. "Estou tão gira hoje", gracejou. Esta é uma das músicas mais apreciadas e conhecidas do público e, por isso, Carminho puxou pelo público para que cantassem o refrão todos juntos. Assim conseguiu criar uma proximidade e dinâmica no espetáculo.
Muitos pensavam que este concerto, por ser o fim de um ciclo, teria convidados especiais como tanto se especulou. Carminho esclareceu logo que não ia ter convidados especiais e brincou "mas estamos cá nós. Chegamos, não é?"
A fadista trouxe também um fado especial para si, com o nome "Tu és a estrela" e dedicou outro àqueles que estão longe de casa e que a saudade já aperta com o nome: "Saudades do Brasil Em Portugal".
Carminho despediu-se. Agradeceu e disse que aquela era uma noite especial porque marcava o fim de um ciclo na sua vida e não podia deixar de falar naquele que era o dia que marcava o fado.
A última música foi cantada por Carminho sem microfone para mostrar o poderio da sua voz, que, mesmo sem microfone, conseguia chegar aos ouvidos de todos aqueles que a ouviam no Campo Pequeno. Só se ouvia a voz da fadista, sem instrumentos, sem microfone, sem nada. Não se ouvia nem a respiração do público e ai de quem pronunciasse o mais pequeno som que era logo mandado silenciar-se. Este foi um momento único em que o silêncio foi sagrado.
Foi um concerto simples em que a voz e talento da cantora em junção com a beleza do fado não precisaram de mais nada para brilharem. Marta Costa
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