O fado no Brasil: Joaquim Pimentel
O fado “Só nós dois”, de sua autoria, é um grande sucesso até hoje, gravado por grandes ícones da música portuguesa como Tony de Matos e Amália Rodrigues, também no Brasil por Nelson Gonçalves, Ângela Maria e Fafá de Belém. “Deixe-me só”, “Vendaval”, “Oh! meu amor marinheiro” e “Júlia Florista” são algumas das dezenas de composições escritas por Pimentel, não esquecendo os seus óptimos parceiros musicais como, por exemplo, o poeta e fadista António Campos.
Além de compositor também foi fadista, actor e radialista. Nascido na freguesia de Cedofeita, no Porto, aos 17 de julho de 1910, ainda muito jovem transfere-se para Lisboa para residir com os padrinhos e prosseguir seus estudos.
Nos tempos de escola já dava sinais da expansão do seu talento, certa vez, enquanto cantava com uns amigos num parque um homem se aproximou e dirigiu-se a ele, pediu que o rapazinho cantasse, apesar do acanhamento Pimentel cantou uma música em voga na época. Pouco tempo depois foi convidado para trabalhar numa casa de fados, enquanto despontava na carreira artística os seus estudos iam de mal a pior na escola.
O jornal lisboeta “O Século” elegeu o jovem intérprete como o “fadista mais popular”, este incentivo fez com que Joaquim progredisse na carreira com muita determinação. Cantou pela primeira vez no Rádio Clube Português, de Lisboa, no seu repertório constavam fados e tangos. Trabalhou em vários teatros de Portugal e participou em alguns filmes.
Ao completar 23 anos, em 1934, foi convidado pela companhia teatral “Embaixada do Fado” para ser o galã e fadista do elenco. Faziam parte desta companhia nomes consagrados do meio fadista como Maria do Carmo, Maria do Carmo Torres e Filipe Pinto. Essa viagem determinaria, contudo, o futuro de Joaquim Pimentel.
Aliás, foi no ano de 1934 que a cantora Carmen Miranda assistiu a revista da “Embaixada do Fado” no Teatro República (Rio de Janeiro). Ficou impressionada com a voz de Pimentel. Então, ela perguntou se ele gostaria de cantar no rádio, rapidamente respondeu que sim. Carmen o levou para a Rádio Mayrink Veiga, da qual era contratada, e fez com que seu patrício tomasse parte no programa “Horas Portuguesas”. O agrado foi imediato. Depois de um breve retorno a Portugal, Pimentel regressou ao Brasil e em setembro de 1936 foi contratado para a Rádio Nacional, depois foi para a rádio Ipanema (onde ficou até 1940), e por fim, a Vera Cruz onde permaneceu por mais de 30 anos.
Seu sucesso foi rápido, passou a ser tão popular nos meios radiofónicos quanto o fadista Manoel Monteiro. Anunciava a revista “Cinearte” (RJ) de janeiro/1937: “Joaquim Pimentel é um dos autênticos representantes da música popular portuguesa no rádio carioca. Tem discrição, autoridade e sentimento, ele possui um meio certo de emocionar o seu público – seja no ritmo dolente do fado ou na cadência viva das canções lusas. Cantou a variação portuguesa da valsa que Gilda de Abreu compôs”. Esta última referência diz respeito à participação do artista luso no filme “Bonequinha de Seda” (1936), produzido pela Cinédia e dirigido por Oduvaldo Viana.
Gravou o seu primeiro disco 78 rotações no Brasil, em maio de 1935, na etiqueta Columbia, com os fados “Verdades” e “Malmequer”, ambos de sua autoria, somente este último que foi escrito em parceria com A. C. Figueiredo.
Na Rádio Vera Cruz criou um programa somente seu intitulado “Programa Joaquim Pimentel”, que iniciou suas transmissões em 17/10/1942, e permaneceu no ar mesmo depois da morte do seu criador, foi continuado por António Campos e pela fadista Hélia Campos até 2010. Este programa radiofónico revelou grandes astros da música portuguesa no Brasil como: Adélia Pedrosa, Sebastião Robalino e António Campos.
Joaquim Pimentel sempre gostou de praticar desporto, já o fazia em Portugal. Na“Cidade Maravilhosa” praticava remo no Clube Vasco da Gama. Gravou dezenas de discos e excursionou por todo Brasil e pelo estrangeiro.
O artista voltaria a Portugal diversas vezes. Após residir muitos anos no Rio de Janeiro, Pimentel mudou-se para a cidade de São Paulo, tornou-se um dos sócios-proprietários do afamado restaurante típico Adega Lisboa Antiga, à Rua Brigadeiro Tobias, centro da Pauliceia. Por este restaurante passaram os mais destacados artistas da canção lusitana.
Joaquim Pimentel faleceu em 15 de julho de 1978 (data de seu aniversário) no Rio de Janeiro.
Além de compositor também foi fadista, actor e radialista. Nascido na freguesia de Cedofeita, no Porto, aos 17 de julho de 1910, ainda muito jovem transfere-se para Lisboa para residir com os padrinhos e prosseguir seus estudos.
Nos tempos de escola já dava sinais da expansão do seu talento, certa vez, enquanto cantava com uns amigos num parque um homem se aproximou e dirigiu-se a ele, pediu que o rapazinho cantasse, apesar do acanhamento Pimentel cantou uma música em voga na época. Pouco tempo depois foi convidado para trabalhar numa casa de fados, enquanto despontava na carreira artística os seus estudos iam de mal a pior na escola.
O jornal lisboeta “O Século” elegeu o jovem intérprete como o “fadista mais popular”, este incentivo fez com que Joaquim progredisse na carreira com muita determinação. Cantou pela primeira vez no Rádio Clube Português, de Lisboa, no seu repertório constavam fados e tangos. Trabalhou em vários teatros de Portugal e participou em alguns filmes.
Ao completar 23 anos, em 1934, foi convidado pela companhia teatral “Embaixada do Fado” para ser o galã e fadista do elenco. Faziam parte desta companhia nomes consagrados do meio fadista como Maria do Carmo, Maria do Carmo Torres e Filipe Pinto. Essa viagem determinaria, contudo, o futuro de Joaquim Pimentel.
Aliás, foi no ano de 1934 que a cantora Carmen Miranda assistiu a revista da “Embaixada do Fado” no Teatro República (Rio de Janeiro). Ficou impressionada com a voz de Pimentel. Então, ela perguntou se ele gostaria de cantar no rádio, rapidamente respondeu que sim. Carmen o levou para a Rádio Mayrink Veiga, da qual era contratada, e fez com que seu patrício tomasse parte no programa “Horas Portuguesas”. O agrado foi imediato. Depois de um breve retorno a Portugal, Pimentel regressou ao Brasil e em setembro de 1936 foi contratado para a Rádio Nacional, depois foi para a rádio Ipanema (onde ficou até 1940), e por fim, a Vera Cruz onde permaneceu por mais de 30 anos.
Seu sucesso foi rápido, passou a ser tão popular nos meios radiofónicos quanto o fadista Manoel Monteiro. Anunciava a revista “Cinearte” (RJ) de janeiro/1937: “Joaquim Pimentel é um dos autênticos representantes da música popular portuguesa no rádio carioca. Tem discrição, autoridade e sentimento, ele possui um meio certo de emocionar o seu público – seja no ritmo dolente do fado ou na cadência viva das canções lusas. Cantou a variação portuguesa da valsa que Gilda de Abreu compôs”. Esta última referência diz respeito à participação do artista luso no filme “Bonequinha de Seda” (1936), produzido pela Cinédia e dirigido por Oduvaldo Viana.
Gravou o seu primeiro disco 78 rotações no Brasil, em maio de 1935, na etiqueta Columbia, com os fados “Verdades” e “Malmequer”, ambos de sua autoria, somente este último que foi escrito em parceria com A. C. Figueiredo.
Na Rádio Vera Cruz criou um programa somente seu intitulado “Programa Joaquim Pimentel”, que iniciou suas transmissões em 17/10/1942, e permaneceu no ar mesmo depois da morte do seu criador, foi continuado por António Campos e pela fadista Hélia Campos até 2010. Este programa radiofónico revelou grandes astros da música portuguesa no Brasil como: Adélia Pedrosa, Sebastião Robalino e António Campos.
Joaquim Pimentel sempre gostou de praticar desporto, já o fazia em Portugal. Na“Cidade Maravilhosa” praticava remo no Clube Vasco da Gama. Gravou dezenas de discos e excursionou por todo Brasil e pelo estrangeiro.
O artista voltaria a Portugal diversas vezes. Após residir muitos anos no Rio de Janeiro, Pimentel mudou-se para a cidade de São Paulo, tornou-se um dos sócios-proprietários do afamado restaurante típico Adega Lisboa Antiga, à Rua Brigadeiro Tobias, centro da Pauliceia. Por este restaurante passaram os mais destacados artistas da canção lusitana.
Joaquim Pimentel faleceu em 15 de julho de 1978 (data de seu aniversário) no Rio de Janeiro.
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