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Mariza - Mariza

Discos - Maio 26, 2018
Warner Music / 2018
Diz o Dicionário dos Símbolos que "... o número 7 (sete) representa a totalidade, a perfeição, a consciência, a intuição, a espiritualidade e a vontade.

O sete simboliza também conclusão cíclica e renovação". Na verdade, é um pouco de tudo isto que se passa em "Mariza", o sétimo álbum de estúdio de uma das vozes que tem renovado o Fado, sem ofender ou adulterar as raízes.

No novo disco, Mariza reafirma-se avessa a rótulos, assumindo-se, isso sim, como Mariza igual a Mariza.

Desde a estreia, em 2001, com "Fado em Mim" (um disco que, na altura, foi Aposta TSF), Mariza tem vindo paulatinamente, e sem grandes alardes, a afirmar-se como uma das grandes vozes do Fado, a corrente musical que, hoje Património Imaterial da Humanidade, recuperou a dignidade após a Revolução de Abril, depois de ter sido abusivamente utilizada, durante meio século, como veículo de propaganda do Estado Novo.

Voltando a Mariza, entre os palcos que percorreu por todo o Mundo, lá foi gravando novos discos de estúdio: "Fado Curvo (2003); "Transparente" (2005); "Terra" (2008); "Fado Tradicional" (2010) e "Mundo" (2015). De permeio, dois álbuns com som de palco, o local onde Mariza se sente como "peixe na água": "Concerto em Lisboa" (2006) e "Terra em Concerto" (2009).



Em "Mariza", o novo e sétimo disco editado esta sexta-feira, o caminho percorrido acentua, de certa forma, o que já tinha sido anunciado em "Mundo": uma forma de estar sem ideias pré-concebidas, sem espartilhos, sem rótulos, sem preconceitos. Juntando nomes firmados na História do Fado (como Ângelo Freire, Arlindo de Carvalho - não confundir com o político do mesmo nome -, Custódio Castelo, Flávio Gil, Frederico de Brito, Jorge Fernando, Hélder Moutinho ou Mário Pacheco) com nomes completamente "ao lado" (como Héber Marques, dos HMB, ou o angolano Matias Damásio), Mariza, contou para a gravação deste novo CD, com a produção do velho cúmplice Javier Limón e de um núcleo duro de músicos da mais fina linhagem, como José Manuel Neto ou Pedro Jóia.

Mas um disco assim, não se faz sem convidados, aparecendo então os nomes de Jacques Morelenbaum em "Semente Viva", de Maria da Fé em "Fado Errado" ou de Carolina Deslandes, Jorge Palma, Mafalda Veiga, Marisa Liz, Ricardo Ribeiro e Tim, na "reprise" de "Trigueirinha", tema que abre o disco apenas com Mariza e o fecha com todos estes convidados, numa versão cujos direitos vão reverter a favor da Casa do Artista.

A completar este texto sobre "Mariza" (a cantora e o disco homónimo), de referir que o sétimo álbum também nos dá, em "Oração", a faceta de autora de uma voz que não gosta de gavetas nem de rótulos e que gosta de ser, tão só, fiel a si própria. "Mariza" é um disco que urge descobrir.

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