Rodrigo
Fadistas - Actualizado em Novembro 30, 2023
No ”Verão quente” de 1975, em plena agitação revolucionária, surgiu um fadista de êxito. Rodrigo. Começou a cantar como amador em Cascais.
Nascido a 29 de Junho de 1941, freguesia da Graça, em Lisboa, foi baptizado com o nome de Rodrigo Ferreira Inácio.
Com 4 anos, mudou-se com seus pais e irmã para o Bairro da Encarnação. Ali, fez a Escola Primária com distinção e aos 10 anos entrou para a Escola Eugénio dos Santos, para o Ciclo Preparatório.
Tinha 12 anos quando pediu aos pais (apercebendo-se das dificuldades financeiras ao tempo existentes no seio familiar) que o deixassem trabalhar, pois continuaria os estudos de noite. Assim, arranjou o seu primeiro emprego numa grande empresa de peças para automóveis: UTIC. Cerca de um ano mais tarde, o seu padrinho de baptismo colocou-o na Companhia Colonial de Navegação, onde se manteria até aos 19 anos. Entretanto, completa o 5º Ano do Liceu.
Por esta altura, trava conhecimento com alguns músicos que estavam em fase de formação dum grupo vocal, e que mais tarde se viria a chamar “Os Cinco Reis”, do qual viria a fazer parte tendo assim a oportunidade de realizar a experiência tão desejada: cantar! Este grupo obteve grande sucesso no início dos anos 60, tendo participado em muitos programas de televisão, em directo. Grava um disco de êxito (O Pepe), apresentando-se em muitas salas de Lisboa e não só, donde se destaca o então famosíssimo “Passatempo para Jovens”.
Este conjunto acaba por se desmembrar devido ao serviço militar de alguns dos seus elementos, entre os quais Rodrigo. Entretanto, teve uma experiência riquíssima que ainda hoje recorda: passou alguns meses comprando peixe nas praias e a vendê-lo na Ribeira Lisboeta. Esta experiência permitiu-lhe lidar de muito perto com os Homens do Mar, criando uma enorme admiração por toda essa humilde, mas nobre gente, aprendendo com eles muito da sua filosofia de vida.
Aos 21 anos, sente necessidade de aprender algo mais que o ajude a fazer face à vida. Assim, vai para França afim de aprender a língua francesa. Na véspera da partida para Paris, resolve fazer uma festa de despedida com alguns amigos, passando a noite a fazer aquilo a que normalmente se chama visitar as “capelinhas”. Terminaram a noite numa casa de fados em Alcântara, a velha “Cesária”, local onde nunca tinha entrado. Ao integrar-se naquele ambiente sentiu algo de muito forte naquela sala, perguntando-se: “Que Fenómeno este tão estranho, que leva todos os presentes a transformarem-se quando se ouve o tocar duma guitarra acompanhando qualquer voz por muito rouca que seja e sentir que em tudo aquilo, há muito de Portugal?”.
Incitado pelos amigos, resolveu participar daquele ambiente fadista cantando o único fado que sabia, “Biografia do Fado”, celebrizado por um grande senhor do Fado- Carlos Ramos. Mal acabou de cantar, sentou-se. Dos que o ouviram, ninguém queria acreditar que aquele rapaz desconhecesse outros fados e mais ainda, que seria a primeira vez que o teria feito. Depois de muitas explicações (toda a gente o queria ouvir cantar mais), lá acreditaram, por sentirem estar a falar a verdade. Este incidente marcou-o para o resto da vida. Já em França, com bastante surpresa sua, o momento que mais recordava, para além da saudade que sentia da família, era o daquele mágico momento fadista.
Aos 26 anos, regressa definitivamente a Portugal, contrai matrimónio e começa a trabalhar nas “Páginas Amarelas”, sem nunca deixar o hábito que ganhara durante as estadias em Lisboa de frequentar Casas de Fado para Amadores, onde então dava largas ao seu “hobby” preferido, cantar o Fado.
Aos 28 anos grava o seu primeiro disco, “A Última Toirada Real em Salvaterra”. Embora o tenha gravado na qualidade de amador, o disco obteve enorme sucesso, o mesmo acontecendo aos discos que se seguiram. É então que, aos 30 anos, já com grande popularidade, se torna profissional, deixando o cargo de Sócio-gerente de uma conhecida editora gráfica para se dedicar exclusivamente à sua paixão: o fado.
Embora nascido em Lisboa, é conhecido pelo “fadista de Cascais”, onde vive há mais de trinta e cinco anos. Fica assim explicado o facto do seu nome estar sempre ligado a Cascais, como se comprova através de variadíssimos artigos escritos em publicações em muitas partes do Mundo, o que levaria a Câmara Municipal de Cascais a distingui-lo com medalha de mérito, passando assim a fazer parte dos notáveis do Concelho.
A sua discografia conta com trinta e sete trabalhos de longa duração, na sua maioria, discos de ouro ou prata, donde se destaca o seu mais recente trabalho intitulado «Marés de Saudade». Divulgador da canção lisboeta em todo o Mundo, Rodrigo representou inúmeras vezes o nosso País em certames internacionais, fazendo-o sempre de maneira honrosa.
Durante os seus quase 50 anos de palco, actuou em diversas salas de espectáculo e cadeias de televisão pelos cinco cantos do Mundo. Exemplos: Espanha, Alemanha, França, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Itália, Canadá, Estados Unidos da América, Brasil, Venezuela, Angola, Moçambique e África do Sul, etc. Rodrigo é um caso raro de popularidade e simpatia, premiado pela admiração, carinho, respeito e amizade de todo o Povo Português.
Com 4 anos, mudou-se com seus pais e irmã para o Bairro da Encarnação. Ali, fez a Escola Primária com distinção e aos 10 anos entrou para a Escola Eugénio dos Santos, para o Ciclo Preparatório.
Tinha 12 anos quando pediu aos pais (apercebendo-se das dificuldades financeiras ao tempo existentes no seio familiar) que o deixassem trabalhar, pois continuaria os estudos de noite. Assim, arranjou o seu primeiro emprego numa grande empresa de peças para automóveis: UTIC. Cerca de um ano mais tarde, o seu padrinho de baptismo colocou-o na Companhia Colonial de Navegação, onde se manteria até aos 19 anos. Entretanto, completa o 5º Ano do Liceu.
Por esta altura, trava conhecimento com alguns músicos que estavam em fase de formação dum grupo vocal, e que mais tarde se viria a chamar “Os Cinco Reis”, do qual viria a fazer parte tendo assim a oportunidade de realizar a experiência tão desejada: cantar! Este grupo obteve grande sucesso no início dos anos 60, tendo participado em muitos programas de televisão, em directo. Grava um disco de êxito (O Pepe), apresentando-se em muitas salas de Lisboa e não só, donde se destaca o então famosíssimo “Passatempo para Jovens”.
Este conjunto acaba por se desmembrar devido ao serviço militar de alguns dos seus elementos, entre os quais Rodrigo. Entretanto, teve uma experiência riquíssima que ainda hoje recorda: passou alguns meses comprando peixe nas praias e a vendê-lo na Ribeira Lisboeta. Esta experiência permitiu-lhe lidar de muito perto com os Homens do Mar, criando uma enorme admiração por toda essa humilde, mas nobre gente, aprendendo com eles muito da sua filosofia de vida.
Aos 21 anos, sente necessidade de aprender algo mais que o ajude a fazer face à vida. Assim, vai para França afim de aprender a língua francesa. Na véspera da partida para Paris, resolve fazer uma festa de despedida com alguns amigos, passando a noite a fazer aquilo a que normalmente se chama visitar as “capelinhas”. Terminaram a noite numa casa de fados em Alcântara, a velha “Cesária”, local onde nunca tinha entrado. Ao integrar-se naquele ambiente sentiu algo de muito forte naquela sala, perguntando-se: “Que Fenómeno este tão estranho, que leva todos os presentes a transformarem-se quando se ouve o tocar duma guitarra acompanhando qualquer voz por muito rouca que seja e sentir que em tudo aquilo, há muito de Portugal?”.
Incitado pelos amigos, resolveu participar daquele ambiente fadista cantando o único fado que sabia, “Biografia do Fado”, celebrizado por um grande senhor do Fado- Carlos Ramos. Mal acabou de cantar, sentou-se. Dos que o ouviram, ninguém queria acreditar que aquele rapaz desconhecesse outros fados e mais ainda, que seria a primeira vez que o teria feito. Depois de muitas explicações (toda a gente o queria ouvir cantar mais), lá acreditaram, por sentirem estar a falar a verdade. Este incidente marcou-o para o resto da vida. Já em França, com bastante surpresa sua, o momento que mais recordava, para além da saudade que sentia da família, era o daquele mágico momento fadista.
Aos 26 anos, regressa definitivamente a Portugal, contrai matrimónio e começa a trabalhar nas “Páginas Amarelas”, sem nunca deixar o hábito que ganhara durante as estadias em Lisboa de frequentar Casas de Fado para Amadores, onde então dava largas ao seu “hobby” preferido, cantar o Fado.
Aos 28 anos grava o seu primeiro disco, “A Última Toirada Real em Salvaterra”. Embora o tenha gravado na qualidade de amador, o disco obteve enorme sucesso, o mesmo acontecendo aos discos que se seguiram. É então que, aos 30 anos, já com grande popularidade, se torna profissional, deixando o cargo de Sócio-gerente de uma conhecida editora gráfica para se dedicar exclusivamente à sua paixão: o fado.
Embora nascido em Lisboa, é conhecido pelo “fadista de Cascais”, onde vive há mais de trinta e cinco anos. Fica assim explicado o facto do seu nome estar sempre ligado a Cascais, como se comprova através de variadíssimos artigos escritos em publicações em muitas partes do Mundo, o que levaria a Câmara Municipal de Cascais a distingui-lo com medalha de mérito, passando assim a fazer parte dos notáveis do Concelho.
A sua discografia conta com trinta e sete trabalhos de longa duração, na sua maioria, discos de ouro ou prata, donde se destaca o seu mais recente trabalho intitulado «Marés de Saudade». Divulgador da canção lisboeta em todo o Mundo, Rodrigo representou inúmeras vezes o nosso País em certames internacionais, fazendo-o sempre de maneira honrosa.
Durante os seus quase 50 anos de palco, actuou em diversas salas de espectáculo e cadeias de televisão pelos cinco cantos do Mundo. Exemplos: Espanha, Alemanha, França, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Itália, Canadá, Estados Unidos da América, Brasil, Venezuela, Angola, Moçambique e África do Sul, etc. Rodrigo é um caso raro de popularidade e simpatia, premiado pela admiração, carinho, respeito e amizade de todo o Povo Português.
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Tive o prazer de trabalhar na produção de um espectáculo em que actuou e devo dizer que se trata de uma pessoa humilde e de extrema boa educação. Não sou sequer a grande conhecedor de fado mas fiquei encantado com este grande senhor.
O meu testemunho e vénia de respeito ao grande senhor.. Rodrigo Citação