Amália uma voz no mundo - Jean-Jacques Lafaye
Books - Outubro 15, 2012
Amália Rodrigues é «uma malabarista das harmonias», escreve Jean-Jacques Lafaye, que foi o seu empresário internacional, no livro «Amália uma voz no mundo».
A obra, agora traduzida para português e editada pelo Museu do Fado, tem um prefácio de João Braga e reproduz fotografias inéditas da fadista e vários documentos, como a troca de correspondência com o editor discográfico Rui Valentim de Carvalho ou o representante de Amália, João Belchior Viegas.
«Amália uma voz no mundo» divide-se em quatro partes, uma delas inteiramente dedicada aos sete anos que Lafaye trabalhou com Amália, de 1985 a 1992, período que coincidiu com as celebrações mundiais dos seus 50 anos de carreira artística.
Uma das partes reproduz a entrevista que o autor fez à fadista em 1982, na qual a criadora de «Gaivota» conta o seu trajeto desde que «aos quatro anos» cantava as canções que ouvia a pedido dos vizinhos.
Nesta entrevista, a fadista é questionada sobre várias matérias como «o progresso do mundo», «o que pensa da humanidade», se «o amor pode substituir tudo», sobre música, porque começou a escrever poemas, e até sobre a sua fé em Deus. Nesta última matéria a criadora de «Foi Deus» (letra e música de Alberto Janes) atesta: «Tenho fé, creio em Deus mesmo que não haja Céu. Creio que a verdadeira fé é essa».
A dado passo da entrevista, a artista afirma: «Nada é perfeito, íntegro, absoluto na Terra. Mas nunca se sabe o que pode acontecer, temos sempre uma esperança no nosso íntimo, para nós e para os outros».
Sobre Amália Rodrigues escreve o autor: «Há nela um combate que se espera, e nós amamos aqueles que nos arrancam aos nossos nada secretos. Amália é a força de viver, a vitória subtil do trágico sobre a tragédia - toureira da canção, arrisca-se ao cantar, malabarista das harmonias, pronta a morrer para renascer».
O fadista João Braga afirma no prefácio que a Amália que «vamos reencontrar neste livro é indispensável» apesar dos «rios de palavras» que se escreveram sobre a artista. Lafaye, argumenta João Braga, «mostra-nos uma Amália rara para nós: Amália fora de Portugal, mais vulnerável e mais saudosa». Uma obra, escreve o fadista, que é sobretudo «para a imensa legião de admiradores que a descobriu nos anos do fim [da carreira]».
A obra «Amália uma voz no mundo» foi editada originalmente em 2000 e só agora é traduzida para português, por Luiz de Lima, sendo apresentada segunda-feira às 18:30 na embaixada da França em Lisboa, com a presença do autor. Esta sessão é, segundo fonte diplomática gaulesa, «uma homenagem do embaixador Pascal Teixeira da Silva, a Amália Rodrigues, cantora com uma personalidade e uma voz inimitáveis».
Amália Rodrigues morreu em 1999, em Lisboa; foi a mais internacional dos artistas portugueses, tendo atuado nos cinco continentes, dos Estados Unidos ao Japão, de França a Timor-Leste, passando pelo Líbano, Israel, Brasil, Itália, China, ex-União Soviética, entre outros países.
Além do repertório fadista, com temas como «Ai, Mouraria», «Maria Lisboa» ou «Povo que lavas no rio», Amália interpretou folclore português como «Tirana», «Valentim» ou o «Malhão de São Simão», os poetas medievais e renascentistas, nomeadamente Roriz de Castelo Branco e Luís de Camões, além de marchas de Lisboa e canções como «Covilhã, cidade neve». Amália gravou também vários temas em espanhol, inglês, italiano, e francês.
«Amália uma voz no mundo» divide-se em quatro partes, uma delas inteiramente dedicada aos sete anos que Lafaye trabalhou com Amália, de 1985 a 1992, período que coincidiu com as celebrações mundiais dos seus 50 anos de carreira artística.
Uma das partes reproduz a entrevista que o autor fez à fadista em 1982, na qual a criadora de «Gaivota» conta o seu trajeto desde que «aos quatro anos» cantava as canções que ouvia a pedido dos vizinhos.
Nesta entrevista, a fadista é questionada sobre várias matérias como «o progresso do mundo», «o que pensa da humanidade», se «o amor pode substituir tudo», sobre música, porque começou a escrever poemas, e até sobre a sua fé em Deus. Nesta última matéria a criadora de «Foi Deus» (letra e música de Alberto Janes) atesta: «Tenho fé, creio em Deus mesmo que não haja Céu. Creio que a verdadeira fé é essa».
A dado passo da entrevista, a artista afirma: «Nada é perfeito, íntegro, absoluto na Terra. Mas nunca se sabe o que pode acontecer, temos sempre uma esperança no nosso íntimo, para nós e para os outros».
Sobre Amália Rodrigues escreve o autor: «Há nela um combate que se espera, e nós amamos aqueles que nos arrancam aos nossos nada secretos. Amália é a força de viver, a vitória subtil do trágico sobre a tragédia - toureira da canção, arrisca-se ao cantar, malabarista das harmonias, pronta a morrer para renascer».
O fadista João Braga afirma no prefácio que a Amália que «vamos reencontrar neste livro é indispensável» apesar dos «rios de palavras» que se escreveram sobre a artista. Lafaye, argumenta João Braga, «mostra-nos uma Amália rara para nós: Amália fora de Portugal, mais vulnerável e mais saudosa». Uma obra, escreve o fadista, que é sobretudo «para a imensa legião de admiradores que a descobriu nos anos do fim [da carreira]».
A obra «Amália uma voz no mundo» foi editada originalmente em 2000 e só agora é traduzida para português, por Luiz de Lima, sendo apresentada segunda-feira às 18:30 na embaixada da França em Lisboa, com a presença do autor. Esta sessão é, segundo fonte diplomática gaulesa, «uma homenagem do embaixador Pascal Teixeira da Silva, a Amália Rodrigues, cantora com uma personalidade e uma voz inimitáveis».
Amália Rodrigues morreu em 1999, em Lisboa; foi a mais internacional dos artistas portugueses, tendo atuado nos cinco continentes, dos Estados Unidos ao Japão, de França a Timor-Leste, passando pelo Líbano, Israel, Brasil, Itália, China, ex-União Soviética, entre outros países.
Além do repertório fadista, com temas como «Ai, Mouraria», «Maria Lisboa» ou «Povo que lavas no rio», Amália interpretou folclore português como «Tirana», «Valentim» ou o «Malhão de São Simão», os poetas medievais e renascentistas, nomeadamente Roriz de Castelo Branco e Luís de Camões, além de marchas de Lisboa e canções como «Covilhã, cidade neve». Amália gravou também vários temas em espanhol, inglês, italiano, e francês.
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