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Jorge Nunes: "Não é um álbum de apenas fado tradicional, aborda o chamado fado-canção”

Entrevistas - Dezembro 03, 2013
Jorge Nunes nasceu em 1980 no Barreiro. Por influência do pai – Jorge Fernando -, a sua vivência musical e pessoal sempre esteve ligada ao Fado.

Começa por ser apenas uma distração, cantando, sempre que surgiam oportunidades, nas Casas de Fado em Lisboa. Atualmente reside no Fora de Moda à sexta-feira em Alfama. A exposição musical que vai granjeando, começam a facilitar alguma projeção, tendo editado este ano o álbum de estreia “Outro Fado”.

“Outro Fado” é o seu disco de estreia. Como surgiu a oportunidade de gravar este disco?
Foi um desafio lançado pelo produtor, Jorge Fernando, quando sentiu que eu estava preparado para e pronto a assumir a responsabilidade.

Era um sonho editar um disco, fazer uma carreira no fado, ou fora algo que só recentemente começou a desejar?
Era de facto um sonho. Um sonho que andou durante muito tempo adormecido, e que foi crescendo gradualmente, quando à cerca de três anos comecei a participar de forma mais activa e sistemática a cantar nas casas de Fado.

Como define o disco?
É o espelho da minha alma, daquilo que sou e da forma como gosto de estar.

Curiosidade: porquê o disco ser intitulado em “Outro Fado”?
“Outro Fado” no sentido de todo o percurso que faço até chegar a este álbum ser completamente “alheio” ao fado. Isto é, não tendo crescido, evoluído e aprendido nas casas de fado que são efectivamente a grande escola do Fado.
Acrescento ainda que este “conceito” foi também reforçado pelo facto de não ser um álbum de apenas fado tradicional, mas ter também uma vertente onde se aborda o chamado “fado canção”.

Alguns dos temas do disco são da sua autoria. Eram letras que já há muito estavam guardadas, ou ‘nasceram’ para este mesmo disco?
Tanto as três músicas que compus, como a letra que fiz para uma destas músicas, foram feitas para este disco.

Quais os fadistas que o inspiraram para este disco?
A minha grande inspiração é o Jorge Fernando, no entanto existem outros fadistas que me inspiram e que me acompanharam sempre como grandes fontes de inspiração, como a Amália Rodrigues, o Fernando Maurício, a Celeste Rodrigues. Mais recentemente uma geração fantástica de grandes fadistas que continuam a inspirar e a motivar quem ama o Fado e o quer cantar.

Sendo que o seu pai é um produtor/fadista dos mais conceituados em Portugal, a comparação entre um e outro é inevitável. Pergunto: é um orgulho quando o comparam ou é uma responsabilidade acrescida?
É um grande orgulho sem dúvida alguma, uma honra, embora na minha opinião sejamos apenas parecidos no timbre, e ai não há como fugir, é genético.
Responsabilidade temos sempre que fazemos o que gostamos, mais ainda quando se tem de transmitir emoções a quem nos ouve através do canto. Não julgo portanto que seja acrescida a responsabilidade pelas comparações ao meu Pai.

Na sua opinião, o gosto pelo fado constrói-se ou já nasce connosco?
Eu nasci com esse gosto, desde sempre que a minha música é o Fado. Agora acredito que como tudo na vida esse gosto pode ser construído, e existem inúmeros casos que eu conheço de pessoas que não gostavam de fado e que foram aprendendo a ouvir, a estar mais presentes nas casas de fado, e hoje não passam sem o ouvir.

Para quando apresentações ao vivo do disco?
Está a ser cuidadosamente preparada, com calma para que nada possa falhar, e será apresentado para o próximo ano, data ainda por definir.

Há artistas/bandas que consideram que cantar em Português é uma barreira, para a internacionalização. Mas no caso do fado, todo ele cantado em Português, os fadistas vão muito além fronteiras. Pergunto, o fado é uma língua universal?
O fado na minha opinião, é uma forma de comunicação de sentimentos, neste sentido não pode haver língua mais universal.


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