Charles Aznavour chegou ganhando beijos de Amália Rodrigues e café
O artista tinha uma profunda admiração por Amália Rodrigues e chegou a escrever um fado para a artista portuguesa. "Aïe Mourrir pour toi" resultou dessa amizade.
Quando, a 12 de Outubro de 1956, Amália Rodrigues iniciou uma nova temporada no Copacabana Palace do Rio de Janeiro, já se sabia, na sequência do sucesso obtido na sua estreia no Olympia de Paris, em Abril, que Charles Aznavour estava a compor para ela uma canção em francês: «A intérprete portuguesa vem de uma série de sucessos no Olympia, de Paris, em Bruxelas, Monte Carlo e Roma. Quando deixar o Copa, estreará no Hotel del Prado, no México, e, em seguida, no Empire Room, do Waldorf Astoria, cujo proprietário, Claude Philip, a viu estrear no Olympia e lhe deu um contrato em branco! Em 57, Amália voltará a se apresentar no Olympia, quando cantará uma música que está sendo escrita especialmente para ela pelo famoso compositor francês, Charles Aznavour», referia o Correio da Manhã do Rio de Janeiro, do dia 7 de Outubro.
Três anos mais tarde, em Outubro de 1959, foi Amália Rodrigues quem apresentou Aznavour ao público brasileiro: o Jornal do Brasil, na página 9 do seu 1,º Caderno da edição do dia 8, titulou «Charles Aznavour chegou ganhando beijos de Amália Rodrigues e café». Segundo o mesmo jornal, Aznavour fizera para Amália, inspirado no fado Ai Mouraria, a canção Aïe, Mourir Pour Toi, e «chegou a vez de a cantora retribuir a amabilidade».
«Amália era uma amiga verdadeiramente próxima, entendíamo-nos muito bem, até gostávamos dos mesmos cantores brasileiros, e chegámos a estar juntos no Brasil, uma vez, pouco tempo depois de nos conhecermos. Ela foi buscar-me ao aeroporto do Rio de Janeiro com uma amiga brasileira. A primeira canção que ela interpretou em francês fui eu que lha escrevi.
Sim, [Amália] foi importante [para mim], como Piaf foi importante. Eram duas grandes artistas.»
Três anos mais tarde, em Outubro de 1959, foi Amália Rodrigues quem apresentou Aznavour ao público brasileiro: o Jornal do Brasil, na página 9 do seu 1,º Caderno da edição do dia 8, titulou «Charles Aznavour chegou ganhando beijos de Amália Rodrigues e café». Segundo o mesmo jornal, Aznavour fizera para Amália, inspirado no fado Ai Mouraria, a canção Aïe, Mourir Pour Toi, e «chegou a vez de a cantora retribuir a amabilidade».
O cantor francês desembarcou no Aeroporto do Galeão na véspera, pelo meio-dia e meia, e foi recebido por Amália e pela cantora Marlene [nome artístico de Vitória Bonaiuti Delfino dos Santos, 1922-2014], «que o acompanharam até a Alfandega, cantando em dueto a “Marselhesa”». Entrevistada, «Amália disse que veio ao Rio para descansar e por essa razão não quer ser incomodada. Adiantou que daqui a 20 dias mandará buscar seus guitarristas em Portugal para apresentar-se algumas vezes no Rio, já que tem recebido insistentes pedidos. Pretende exibir-se no Copacabana Palace Hotel e em “shows” beneficentes.
Informou que seu noivado com o industrial César Seabra ainda “está de pé”, que está hospedada em casa de amigos e que vai mudar-se para o Copacabana Palace Hotel.» [Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 07 de Outubro de 1959]
«Amália era uma amiga verdadeiramente próxima, entendíamo-nos muito bem, até gostávamos dos mesmos cantores brasileiros, e chegámos a estar juntos no Brasil, uma vez, pouco tempo depois de nos conhecermos. Ela foi buscar-me ao aeroporto do Rio de Janeiro com uma amiga brasileira. A primeira canção que ela interpretou em francês fui eu que lha escrevi.
Sim, [Amália] foi importante [para mim], como Piaf foi importante. Eram duas grandes artistas.»
Charles Aznavour, Lisboa, entrevista por Daniel Ribeiro, 2016
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