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Carlos Leitão - Casa Vazia

Records - Maio 13, 2020
Musicpipas Arte / 2019
Em 2019, Carlos Leitão grava aquele que é assumidamente o resultado prático de um trabalho feito com amor.

Se, em 2013, Carlos Leitão aceitou o desafio de Custódio Castelo para gravar o seu primeiro disco de orginais (“Do Quarto”), quatro anos depois, Carlos apresentou a sua “Sala de Estar” ao público, um disco que o desafiou enquanto artista e que contou com nomes como Mário Pacheco, Jorge Fernando, Júlio Resende e Rui Veloso, entre outros.

“Casa Vazia” é o nome de um disco que prolonga a essência do que é e do que sente.
O Fado é a matriz desta viagem que é feita com a cumplicidade de nomes como Júlio Machado Vaz, Marco Horário, Tozé Brito, Jorge Benvinda, Júlio Resende, Vitorino, Salvador Sobral e João Só, entre outros que se juntam ao caminho.
Numa “Casa Vazia” de acessórios, permanecem as emoções, os afectos e os sonhos. Tudo o resto fica para trás. Para si, o essencial é, afinal, o amor enquanto elo de ligação. E curioso é o facto de todos os nomes que escreveram ou composeram para esta “Casa Vazia” o terem feito (sem pedidos ou requisitos prévios) sob a temática do “amor”. (Coincidências - dizem - não existem...)



Aliado a esta curiosidade, está o facto de nomes como Salvador Sobral, Júlio Machado Vaz, João Só, Marco Horácio ou Tiago Salazar se associarem, pela primeira vez, a um disco de fado.

Vinte anos depois da morte de Amália Rodrigues e em época de celebração do centenário do seu nascimento, Carlos Leitão teve finalmente a coragem para gravar um tema do seu repertório e interpreta “Soledad”, de Cecilia Meireles e Alain Oulman.
Para o fadista, este é um momento especial, dado que essa é uma responsabilidade que, até aqui, não ousara ter.

Marco Rodrigues e Ricardo Cruz trazem para o campo profissional a amizade que os une a Carlos Leitão e juntam-se ao rol de convidados.
Finalmente, José Elmiro Nunes é, para Carlos, um nome incontornável, não apenas pela qualidade musical que o distingue há décadas, mas também pelo exemplo de verticalidade e cavalheirismo raros. Para gáudio pessoal do fadista, José Elmiro compôs um tema para “mobilar” esta “Casa Vazia”.

Assim se encerra a trilogia. Depois do quarto e da sala, Carlos Leitão fecha a porta de uma “Casa Vazia” mas deixa portas e janelas escancaradas. Por ali se alimenta tudo aquilo que tem feito dele um nome cada vez mais respeitado na cena musical.


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