Gisela João - Aurora
Records - Abril 08, 2021
Sucessor de “Nua” (2016) e “Gisela João” (2013), AuRora é o primeiro álbum de Gisela João a apresentar essencialmente canções originais.
É também o disco em que a artista se estreia como letrista e compositora, assinando ainda a produção em parceria com Michael League, dos premiados Snarky Puppy, e Nic Hard. E canta não apenas como esperamos que cante mas para lá de tudo o que lhe ouvimos cantar até hoje.
Gisela João coloca na tristeza uma pressão que vem do tom com que recebe cada letra.O fado aqui acelera, ganha velocidade como se a tristeza tivesse pressa.Não é um sítio para ficar - a tristeza é, umas vezes, o corredor de uma casa por onde se passa rapidamente para outro lado; não é para sentar, mas para circular. Um ponto de passagem. Outras vezes não. Em certas músicas, é mesmo para escavar esse instável sítio até ao fundo.
Há abandono, melancolia e perda amorosa, desistências e mudanças decisivas: "Já não choro por ti/já não vou de rua em rua/ no encalço de quem/ saiba dar notícia tua" mas também a vibração feminina que dá uma resistência diferente às letras do fado.
As “tábuas do palco”, de Gisela João – tema que percorre todo o disco - por vezes salvam um corpo inteiro, outras vezes sacrificam-no: "arranho o joelho e sangro", "eu calço o soalho e canto". Mas as tábuas do palco são sempre essenciais. Do chão, quem canta espera sempre muito – espera tudo ou quase tudo.
“Louca”, “Já Não Choro Por Ti” e “Canção Ao Coração”, os três singles de AuRora, cujos vídeos oficiais filmados em São Paulo foram divulgados por essa ordem, encerram uma trilogia cuja narrativa transforma numa curta metragem quando vistos na devida sequência. Em AuRora nada foi deixado ao acaso.
Gravado entre Almada e Barcelona, AuRora traz consigo a auspiciosa promessa de dias mais luminosos após uma ano de pandemia. 5 anos volvidos sobre o último álbum, a voz e o timbre absolutamente singulares de Gisela João, no melhor e mais ambicioso álbum da sua discografia, consagram-na definitivamente como uma das mais importantes intérpretes da história da música portuguesa.
Gisela João coloca na tristeza uma pressão que vem do tom com que recebe cada letra.O fado aqui acelera, ganha velocidade como se a tristeza tivesse pressa.Não é um sítio para ficar - a tristeza é, umas vezes, o corredor de uma casa por onde se passa rapidamente para outro lado; não é para sentar, mas para circular. Um ponto de passagem. Outras vezes não. Em certas músicas, é mesmo para escavar esse instável sítio até ao fundo.
Há abandono, melancolia e perda amorosa, desistências e mudanças decisivas: "Já não choro por ti/já não vou de rua em rua/ no encalço de quem/ saiba dar notícia tua" mas também a vibração feminina que dá uma resistência diferente às letras do fado.
As “tábuas do palco”, de Gisela João – tema que percorre todo o disco - por vezes salvam um corpo inteiro, outras vezes sacrificam-no: "arranho o joelho e sangro", "eu calço o soalho e canto". Mas as tábuas do palco são sempre essenciais. Do chão, quem canta espera sempre muito – espera tudo ou quase tudo.
“Louca”, “Já Não Choro Por Ti” e “Canção Ao Coração”, os três singles de AuRora, cujos vídeos oficiais filmados em São Paulo foram divulgados por essa ordem, encerram uma trilogia cuja narrativa transforma numa curta metragem quando vistos na devida sequência. Em AuRora nada foi deixado ao acaso.
Gravado entre Almada e Barcelona, AuRora traz consigo a auspiciosa promessa de dias mais luminosos após uma ano de pandemia. 5 anos volvidos sobre o último álbum, a voz e o timbre absolutamente singulares de Gisela João, no melhor e mais ambicioso álbum da sua discografia, consagram-na definitivamente como uma das mais importantes intérpretes da história da música portuguesa.
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