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Arquivo - Outubro 04, 2007
O interesse de Mário Moita pelo fado ao piano deve-se ao seu professor de piano, Fortunato Murteira, que passava para pauta as melodias de Alberto Janes, autor de "Foi Deus", "É ou não é", "Oiça lá senhor vinho" ou "Vou dar de beber à dor", que foram êxitos na voz de Amália Rodrigues.

"Ficou-me daí a ideia, até porque herdei as partituras do meu professor e quando participei no Festival de Sakai, vi o grande interesse do público", disse à Agência Lusa Mário Moita.

Além das partituras de fados para piano que Fortunato Murteira harmonizou, Mário Moita tem seguido a escola do seu mestre, harmonizando para piano alguns dos fados actuais.

Segundo afirmou "nestas adaptações, ganham- se umas coisas perdem-se outras, mas no global o balanço é musicalmente muito positivo".

Na FNAC de Cascais apresenta o seu mais recente CD que inclui o inédito de Alberto Janes, "O luar é meu amigo", acompanhado de um livro sobre a canção de Lisboa. O inédito de Janes que dá o título ao CD/Livro, data de 1953 e foi musicado por Mário Moita. Os primeiros fados ao piano datam de 1870, quando Portugal importou os primeiros instrumentos. No livro, editado em conjunto com o CD, um apítulo é dedicado às partituras de fado, sendo "uma das mais antigas a do fado Müller". Entre os temas que interpreta ao piano, além do inédito de Alberto Janes, Mário Moita canta um outro original,"Aos amigos de Lisboa" de Manuel Sérgio, e recria temas como "Coimbra", "Lisboa à noite" e "Recado a Lisboa". A maioria dos temas foi gravada no Convento da Orada, em Reguengos de Monsaraz, terra natal do músico, enquanto três outros temas, nomeadamente o inédito de Alberto Janes, foram gravados no Auditório Lopes Graça, em Almada. Relativamente ao livro, editado em português e inglês, é dividido em quatro capítulos, contou com acolaboração de Vânia Moita e é prefaciado pelo escritor Moita Flores. Além do capítulo dedicado às partituras para piano, há um relativo à evolução do fado desde 1870, um outro aos instrumentos que acompanham o fado (guitarra portuguesa, viola e piano), e um último dedicado a Amália Rodrigues que reatou o acompanhamento ao piano, por Alain Oulman, no álbum "Busto" (1962).O livro é ilustrado por pintores alentejanos, nomeadamente Elídio Tavares dos Vantos, Victor Caimeirão, Policas, Carlos Dias e D. Espanca.

Mário Moita, natural de Reguengos de Monsaraz, além deste seu trabalho de arranjos melódicos, tem procurado cruzar as sonoridades herdeiras da tradição musical al- andaluz.

Neto de uma andaluza, Mário Moita, explora também uma musicalidade de sonoridades afins entre as tradições musicais fadistas, alentejanas e andaluzes.

Mário Moita é o único artista português que anualmemte se desloca ao Japão para actuar, participando com regularidade na Feira de Sevilha no Festival da Rádio Cadena Ser.

Mário Moita recupera uma tradição há muito esquecida quando o fado entrou nos salões da aristocracia por intermédio do piano.


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Comentários
#1 Vânia Moita 2010-06-12 10:28 O livro, editado em português e inglês, que vem junto com o CD não teve a colaboração de Vânia Moita, uma vez que ela é coautora do livro, isto é, o livro tem dois autores: Mário Moita e Vânia Moita. Citação
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